Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
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ANDO DEVAGAR
PORQUE NÃO TENHO PRESSA
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ANDO DEVAGAR
PORQUE NÃO TENHO PRESSA
APOSTO NOS ATRASADOS!
Como me disse um amigo, "segue a luta porque a história não fala dos covardes!!".
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Segue a vaquinha. Tenho que tentar chegar perto do necessário para atender a determinação judicial.
Além de contribuir pelo https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-ao-blog-do-previdi
aceito qualquer contribuição em uma das contas-poupança:
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Na Vakinha pedem cadastro e é um pouquinho demorado. As transferências são muito mais rápidas.
especial
Nesta sexta, uma cesta de
HISTÓRIAS MARAVILHOSAS
INTRODUÇÃO
Sou obrigado, com a maior satisfação, a reproduzir uma foto em que o repórter Carlos Wagner saúda outros grandes repórteres:
Graças ao trabalho do repórter Chico, hoje tem três no banco dos réus respondendo pelo assassinato da dona Ilza.
O Francisco Amorim, o Chico, fazia parte do "canto maldito", um lugar na redação da ZH. Ali se desconfiava de tudo. Ele é o cara com os óculos na cabeça. Os outros são: o Humberto Trezzi, braços cruzados, ao lado Carlos Etchichury e sou o velho Falta gente na foto. O Chico descobriu que a morte da dona Ilza não era natural, mas um assassinato. Fez um bom trabalho.
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A história da dona Ilza é triste e fantástica.
Num primeiro momento, a polícia acreditou que ela morreu de forma natural. Mas surgiu um laudo pericial atestando morte violenta. Aí a gurizada entrou em cena e três bandidos, que mataram a dona Ilza e armaram o circo, foram em cana e estão sendo julgados nesta semana. Nesse rolo estão incluídos um professor da UFRGS e sua esposa, que iriam receber imóveis de propriedade de dona Ilza em caso de morte.
Resumi demais a história. Dá um Google que surge a história em detalhes.
Prisão perpétua para os três e o casal é pouco.
E ela tinha duas amigas que insistiram no processo e estão firmes acompanhando o julgamento dos criminosos.
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RICARDO AZEREDO - ricardoazeredo.com.br
O 60 E O POUSO SOFRIDO
(Um causinho relembrando um dos melhores repórteres cinematográficos com quem já trabalhei)
O repórter cinematográfico Gilmar Tedesco de Almeida, o 60, e Ricardo Azeredo, saboreando Cocas |
O Boeing 737-200 da Varig se aproxima do Aeroporto Carrasco, em Montevideu. Tempo feio, chuva fina.
Eu e o repórter cinematográfico Gilmar Tedesco, mais conhecido pela alcunha “60”, fomos ao Uruguai fazer reportagem para o Jornal Nacional sobre uma brasileira que morreu em circunstâncias misteriosas no Conrad, o cassino mais famoso da elegante cidade de Punta del Este.
Em vez de pousar, o jato lotado ganha altura e dá uma volta sobre a pista. 60 fica encasquetado e comenta com o vozeirão que alcança meio avião:
– Ihhh, que porra é esta, porque ele não desce de uma vez?
60 é o tipo que carrega uma fama injusta. Sujeito alto, forte, leva no rosto marcado por cicatrizes de um acidente uma permanente expressão grave, quase carrancuda. Gosta de falar alto e de reclamar das coisas em tom áspero e ruidoso.
Tudo isso contribuiu para uma imagem de severidade que no fundo contrasta com sua verdadeira personalidade, que é de uma pessoa atenciosa, educada e de grande coração. E um baita repórter cinematográfico.
Mas 60 não era muito paciente. E aquele voo de chegada não ajudou em nada.
O piloto dá mais uma volta sobre a pista. Começo a ficar desconfiado que algo não vai bem. Dá pra ver que lá embaixo não há outros aviões taxiando, o que poderia justificar a demora em pousar.
60 me olha com aquela cara fechada. E o Boeing toma novamente o rumo da pista.
“Acho que agora vai”, comenta ansioso. Sentado na poltrona do corredor, se estica todo para levar o olhar até a janela, duas poltronas ao lado.
O avião começa a descer, alinhado com a pista. O zumbido dos atuadores hidráulicos nas asas indica que os flaps estão sendo acionados. Estamos a uns 8 metros de tocar o solo. 60 se recosta na poltrona, aliviado.
Mas o ronco das turbinas aumenta bruscamente e o avião começa novamente a subir, num leve solavanco que deflagra murmúrios de preocupação entre os passageiros.
Espero alguma informação da tripulação pelos alto-falantes. Mas nem um pio.
O Boeing vai ganhando altura, e 60 vai perdendo a pose.
"o barulhento porta-voz
da angústia geral a bordo"
– Mas que merda é essa?? – rosna, agarrado na poltrona.
Inclina o corpo para o lado, mete a cabeça no corredor e dirige o vozeirão para a porta fechada dos pilotos, ecoando por toda a cabine de passageiros:
– Tá, e aí meu?? Pra onde tu tá indo??
Tento tranquilizá-lo, meio sem saber o que dizer.
– Fica frio, devem ser ordens da torre, te acalma aí…
– Torre é o cacete, não tô gostando nada disso!
Minutos depois o avião está novamente no rumo da pista e descendo. Barulho de flaps baixando, motores reduzindo, todos os sons da rotina de pouso.
Mas a arremetida se repete. A poucos metros de tocar a pista o piloto acelera e faz o Boeing voltar a subir, agora num ângulo mais acentuado.
60 perde a esportiva de vez e quase berra:
– Aaahhh pa puta que pariu, pra onde essa porra vai agora????
Vários passageiros se viram para ele, com expressões tensas. Mas ninguém fala nada. Todo mundo quieto, atados em suas poltronas. O único a protestar é 60, o barulhento porta-voz da angústia geral a bordo.
Um blim-blom nos alto-falantes sugere que a tripulação vai falar alguma coisa. Mas nada.
Mais uma tentativa de pouso, e desta vez todos ouvem aliviados os pneus “cantarem” no atrito com a pista. Alguns passageiros aplaudem, entre manifestações de “Graças a Deus” e “Finalmente!”.
60 resmunga sem parar ao meu lado, enquanto solta o cinto de segurança, doido pra desembarcar.
– Piloto filho da puta, encagaçou todo mundo!
Quando o avião finalmente estaciona, o lacônico comandante dá o ar da graça pelos auto-falantes:
– Senhores passageiros, desculpem o contratempo. Tivemos um probleminha no trem de pouso. Mas depois ele funcionou. Uma boa estada a todos!
Apressados para desembarcar depois de tantos sustos, a maioria dos passageiros nem prestou atenção.
Ao passar pela porta da cabine de comando, que continuava fechada, olhei para o 60 e tive a nítida a impressão que ele ia meter o pé e esgoelar os pilotos. Mas apenas dirigiu um olhar tenebroso para a coitada da aeromoça que, parada junto à saída do avião, ainda conseguiu armar um sorrisinho bem amarelo, um tanto assustado, sem dizer nada. Nem adiantaria…
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PAULO MOTTA - https://www.facebook.com/paulo.motta.14019
NÓS QUEM, CARA PÁLIDA?
Já contei a história que explica essa lendária expressão, mas contá-la-ei novamente, azar!
Reza a lenda que, num dia ensolarado, o Zorro (Lone Ranger) e o índio Tonto (Tonto), cavalgavam num desfiladeiro e foram cercados por apaches, sioux, cheyennes, guaranis e tupinambás.
Desesperados, Zorro e Tonto voltam para a entrada do desfiladeiro onde os aguardam mais índios!
Zorro, muito encagaçado, diz pro parceiro:
- Tonto, nós estamos cercados!
Tonto, do alto de sua sabedoria indígena responde:
- Nós quem, cara-pálida?
PURA BRUXA
Não que eu fosse um degenerado precoce, mas desde a infância as bruxas habitavam o sótão sombrio da minha imaginação.
E nunca como criaturas aterradoras ou malignas, nada disso. Estavam lá guardadas, depois da matiné, rodopiando entre móveis envernizados ou ao piano solando Bach, vaporosas em seus vestidos etéreos, com aquele encanto sinistro que só as malvadas possuem.
O risinho tímido das donzelas virginais era sufocado pela gargalhada fascinante das bruxas esculturais e sublimes.
Incomparáveis às Brancas de Neve ou Belas Adormecidas, tão frágeis e certinhas que chegava a dar pena.
E dava; tanto que a gente torcia para que as temíveis bruxas se dessem mal pra mocinha casar com o príncipe encantado e terminarem em lua-de-mel no castelo do alto da colina por pura piedade, nunca por justiça, acreditem!
E até o príncipe, no fundo, no fundo, queria a elegante e voluntariosa bruxa má!
A maldade fascina e as tolas princesinhas reclamavam muito do cheiro do cavalo, tinham a mania de conversar com os passarinhos enquanto poderiam estar preparando um banho afrodisíaco, com um vinho tinto cortado, vestindo meias sete-oitavos e um espartilho negro debruado com vermelho-sangue!
Agora é tarde!
A bruxa linda, deliciosa maravilhosa caiu no penhasco e sobrou a princesinha enjoadinha que quer chamar um táxi pois odeia o cheiro do cavalo, o cavalo, a mãe do cavalo e rasgou a meia ao montar no cavalo, que ódio, que ódio!
Mas, enfim, me restava imaginar que o príncipe esperava a princesa se entupir de Rivotril e galopava para se encontrar com a bruxa má, que não morreu graças ao seu pterodáctilo doméstico que a levou para casa em segurança e eles viveram um lindo triângulo amoroso. Viram que lindo?
Não custa nada esculhambar a Carochinha de vez em quando e deixar a criatividade funcionar, não é?
Buenas noches, muchachos e muchachas!
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LEO IOLOVITCH - http://www.olivronanuvem.com.br/
DOMINGO NO CIRCO
Fiquei sabendo que ZOOLÓGICO agora é POLITICAMENTE INCORRETO.
Então escrevi o texto abaixo:
Resolveu levar o neto ao circo, para que conhecesse a alegria pura e inocente, como aquela que tinha vivido na sua infância. A expectativa de ambos era enorme.
Chegando ao local quis comprar pipoca, mas foi informado que não era mais comercializada, pois a ANVISA não permitia a venda de alimentos com gordura trans. Também não encontrou algodão doce, pois a SMIC não liberara a carrocinha de venda da guloseima.
As frustrações estavam apenas começando.
Foi até a bilheteria e soube que não haveria espetáculo, o vendedor de ingressos começou a enumerar os motivos:
A bandinha fora proibida de tocar, pois deveria recolher uma taxa para o ECAD. O elefante fora afastado por ordem do IBAMA. O domador do leão havia ingressado com uma reclamatória trabalhista, alegando periculosidade. O picadeiro não podia ser montado, pois faltava areia, proibida pela FEPAM, e a serragem não era certificada, podendo configurar risco ambiental. O trapézio havia sido interditado pelo MPT, pois poderia oferecer risco aos acrobatas. A mulher barbada e o palhaço anão estavam processando o dono do circo por bullying, alegando dano moral. O mágico não poderia se apresentar, pois o PROCON entendia que o ilusionismo era uma forma de enganar o consumidor. O encarregado da limpeza forçou sua demissão para ficar no seguro desemprego. O engolidor de fogo não obteve PPCI do Corpo de Bombeiros para apresentar seu número. As duas ginastas oficializaram sua união e abandonaram o circo. As motocicletas do Globo da Morte foram apreendidas pela EPTC, pois estavam com a surdina incompleta. O equilibrista foi vetado pela DRT, pois não usava paraquedas. O fornecimento de energia foi cortado, pois o circo deveria instalar uma subestação, às suas expensas, para recebê-la. O homem bala não poderia ser arremessado pelo canhão, pois a arma não estava registrada na Polícia Federal. O apresentador era estrangeiro e não podia trabalhar, pois não era cubano. Os macacos estavam proibidos de atuar, por força de uma Ação Coletiva de uma ONG Darwinista. Foi ajuizada uma ACP pedindo a interdição do circo. Houve uma autuação fiscal cobrando ISS, o contador ficou com stress e entrou em licença saúde.
O dono do circo, que era o verdadeiro malabarista, pois tinha de pagar todos os impostos com uma receita insuficiente, tinha entrado em depressão.
Sentado num tamborete, viram um homem triste, com o rosto pintado e vestido de palhaço.
Então o menino perguntou:
“Vô, mas o palhaço não é alegre?”
E ele respondeu:
“Pois é, levaram embora a alegria dele. Acho que vais ter que voltar a brincar com teus videogames ou assistir desenhos na TV”.
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CARLOS WAGNER - http://carloswagner.jor.br/blog/
TRÊS MULHERES SÃO PROCURADAS VIVAS OU
MORTAS NO RIO GRANDE DO SUL. UMA DELAS
DA TERRA DO GOVERNADOR EDUARDO LEITE
Dois, dos três casos, de desaparecimento de mulheres no Estado fazem aniversários nos próximos dias: em 11 de junho de 2005, um sábado, a comerciante Sirlene de Freitas Moraes, 42 anos, e o seu filho Gabriel, de 7, em Porto Alegre, foram ao encontro de um médico homeopata com teve uma relação extraconjugal e que é apontado como o pai do menino. Mãe e filho nunca mais foram vistos. Em 13 de junho de 2011, uma segunda-feira, a adolescente Cíntia Luana Ribeiro Moraes, 14 anos, grávida de sete meses saiu de casa e foi se encontrar(?) com o pai da criança, um jovem agricultor em uma das ruas de Três Passos, cidade agrícola no norte do Rio Grande do Sul. Ela desapareceu. Em 9 de abril de 2015, uma segunda-feira, a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Cláudia Pinho Hartleten, 47 anos, sumiu depois de visitar uma amiga. A investigação policial apontou como suspeitos pelo sumiço o seu ex-marido e um filho do casal.
Esses são os casos. Tenho 68 anos, 30 e poucos trabalhei em redação, estive envolvido na feitura de reportagens dos três casos. E sempre estou atento a qualquer motivo para voltar a falar no assunto. Nas palestras que faço para estudantes de jornalismo e nas redações dos jornais do interior do Brasil, eu sempre lembro que a cabeça de repórter funciona de uma maneira simples: a história que relatamos aos nossos leitores tem um começo, um meio e um fim. Sempre que foge desse roteiro, ela fica nos perturbando. Como são os casos das mulheres e da criança desaparecidas. Não estou mencionando o nome dos suspeitos porque a investigação policial não conseguiu colocá-los na cadeia. Sem encontrar o desaparecido vivo ou morto, dificilmente o caso é concluído. Há um extenso material sobre os suspeitos disponível na internet.
Os escassos casos de desaparecidos que são resolvidos pelo Polícia Civil gaúcha e em que os suspeitos são presos, geralmente, acontecem pelo surgimento de uma pequena e nova informação que acaba sendo a chave de todo o mistério. Ou por um golpe de sorte. O caso da professora Cláudia. O atual governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB – RS), era prefeito de Pelotas na época em que ela desapareceu. Portanto, conheço o caso e as pessoas envolvidas. E, como governador, ele tem toda a estrutura da Polícia Civil e da Brigada Militar (BM) a sua disposição para ajudar esclarecer o caso. Aqui é importante lembrar o seguinte: não existe como envolver por muito tempo uma delegacia com um caso desses porque elas operam no limite da sua capacidade. Mas o governador pode designar reforços com a finalidade especifica de esmiuçar o caso. Ele fará isso?
Se não fizer, as famílias envolvidas – que somam mais de uma dezena – vão ter que esperar pelo “golpe de sorte”, tipo o que aconteceu no caso da contadora Sandra Mara Trentin, 48 anos, em janeiro de 2018, em Palmeira das Missões, cidade agrícola no norte do Estado. Ela desapareceu , e o seu marido Paulo Landfeldt, vereador pelo PSDB em Boa Vista das Missões, pequena cidade a 30 quilômetros de Palmeira, onde o casal morava com os filhos, foi apontado como sendo a pessoa que contratou Ismael Bonetto para matá-la. Em janeiro de 2019, ao acaso, um agricultor encontrou o corpo de Sandra Mara, em uma cova rasa à beira da BR 158, a uns 50 quilômetros do local do desaparecimento. O marido e o mandante foram indiciados pela polícia, denunciados pelo Ministério Público Estadual e viraram réus. Eles aguardam o julgamento presos.
Aprendi com o tempo que nada é mais torturante para uma família do que não saber o destino da pessoa desaparecida. Como repórter, é nossa tarefa apontar o dedo em direção às autoridades para que resolvam o caso. Certa vez, ouvi de um delegado a seguinte frase: “não existe caso sem solução, existe caso mal investigado”. Geralmente, o motivo do caso não resolvido é a falta de pessoal. A designação de um delegado e dois, ou três agentes, para trabalharem exclusivamente com esse tipo de caso seria uma mensagem para as famílias do interesse do governo e um recado para os responsáveis pelos desaparecimentos que a polícia não esqueceu deles. E sempre que os noticiários cobram das autoridades uma solução, eles estão sendo relevantes aos seus leitores. É simples.
O texto do Léo Iolovitch é um Primor.
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