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especial
Nesta sexta, uma cesta
de Gladstone Osório Mársico!
O maior talento satírico da literatura brasileira
"Não é fruto de uma 'lavagem no cérebro', nem de um revivescimento florido do passado. É a bem dizer um rosário de fatos ocorridos na existência de um indivíduo"
Gladston Osório Mársico nasceu em Erechim, 5 de abril de 1927 e faleceu em Porto Alegre - 23 de abril de 1976.
Formado em direito, dedicou sua breve carreira às obras satíricas. Seu trabalho é marcado pelo uso do humor como chave para revelar o grotesco e o pitoresco da sociedade moderna. Um dos estudos mais relevantes sobre o autor é fruto da dissertação de mestrado do professor Adilson Barbosa, que analisou o romance "Cágada", sob a perspectiva do humor e dos "ativadores de comicidade, mostrando como Mársico usou a sátira para ridicularizar dois contextos históricos diferentes: a colonização judaica no RS e o Golpe militar de 1964".
Gladstone alcançou notoriedade no lançamento de seu terceiro livro, "Cogumelos de Outono", quando foi citado, pela crítica, como "uma das maiores revelações da prosa satírica brasileira".
Suicidou-se em Porto Alegre, para onde havia se mudado com a família (3 filhos e sua esposa, Yvonne Salamoni Mársico), deixando um romance inacabado, "Furúnculo" que foi publicado post mortem.
Os originais de Cogumelos:
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Da Veja, de 5 de maio de 1976 – Edição n° 400:
De sua longínqua Erechim, 421 quilômetros de Porto Alegre, Gladstone Mársico se afastou somente para duas coisas: estudar e morrer. Concluídos os estudos em Florianópolis e Porto Alegre, aquele bem-humorado advogado voltou para sua cidade natal – onde montou uma banca – e para a máquina de escrever, onde atravessava a noite e os fins de semana a criar histórias. A anônima estreia literária de Mársico ocorreu em 1958 com “Minha Morte e Outras Vidas”, um livro de contos. E ele continuou desconhecido quando, quatro anos mais tarde, lançou seu primeiro romance, “Gatos à Paisana”.
Seu terceiro trabalho, porém, “Cogumelos de Outono”, um massudo livro de mais de 700 páginas, publicado em 1972, projetou o escritor como uma das maiores revelações da prosa satírica brasileira. E, em 1974, com “Cágada”, seu talento ficou definitivamente comprovado.
De estilo irônico, chegou a dizer: “Procuro mostrar o lado grotesco das situações, utilizar o humor como elemento de análise de determinados acontecimentos. Encontrar no pitoresco um retrato de aspectos negativos e partir, então, para uma saudável reconstrução dos valores deturpados”.
Do crítico literário, Temístocles Linhares o olhar que avaliou seu trabalho, traduziu-se na expressão: “o maior talento satírico da literatura brasileira”.
Por sua brilhante trajetória na literatura e destacada participação na vida política, da qual foi vereador também, Gladstone recebeu do Poder Público a justa homenagem de tornar-se o Patrono da Biblioteca Pública Municipal.
No final de abril, Mársico deixou pela última vez Erechim. Levado pela família a Porto Alegre para tratamento de uma progressiva esquizofrenia, o escritor se jogou do 7° andar de um prédio, onde estava hospedado, no dia 23 de abril de 1976, aos 49 anos.
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Obras:
Minha Morte e Outras Vidas (1958)
Gatos à Paisana (1962)
Cogumelos de Outono (1972)
Cágada (1974)
Furúnculos (1994) - póstumo, através da pesquisa de Vera Sass
Os originais de Cágada:
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Quem sistematizou o acervo de Gladstone foi a pesquisadora Daniele Rosa Monteiro.
Na Biblioteca de Erechim pode-se encontrar a Sala Memorial Gladstone Osório Mársico após a conclusão do projeto de Vera Sáss em 1991:
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São raros os trabalhos que analisam a obra de Gladstone.
Um destes é de Adilson Barbosa, que escreveu o trabalho "Comicidade e riso em Cágada, de Gladstone Osório Mársico".
Mas é muito pouco para a fabulosa obra de Gladstone.
O Brasil e o Rio Grande do Sul têm tantos doutores no assunto e não se dispuseram em analisar, por exemplo, "Cogumelos de Outono" - pra mim, uma obra-prima.
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Pra quem quer conhecer o autor, é só procurar nos sebos. Preços ótimos.
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Adilson Barbosa escreveu:
A Biblioteca em homenagem ao escritor |
Esta dissertação objetiva analisar o romance Cágada, de Gladstone Osório Mársico, a fim de mostrar os ativadores de comicidade que provocam o riso e, muitas vezes, a reflexão. Procuramos compreender a razão de o humor poder cumprir um papel fundamental na crítica social e política.
Para isso, investigamos como os elementos da narrativa são utilizados de modo a permitir o efeito cômico. Mostramos, ainda, como o mito do faroeste, principalmente no que tange ao espaço, foi adaptado à realidade sulrio-grandense e usado como elemento indiciário da diferença. Analisamos a relação literatura e história, e a sátira às personagens e episódios históricos, principalmente no tocante à colonização judaica no Rio Grande do Sul e ao golpe militar de 1964.
O primeiro capítulo estuda a história do riso no pensamento ocidental, as teorias do humor, os tipos de riso e o reconhecimento dos mecanismos de comicidade. O segundo trata do humor e da construção das personagens da narrativa. Partindo da teoria sobre personagens e dos desencadeadores do riso, discutimos questões de alteridade, performatividade, estereotipia e tradução. No terceiro capítulo, estudamos a relação entre riso e mito, no que tange às narrativas de faroeste, mostrando sua presença no romance em análise, especialmente no tocante ao espaço. Analisamos os mitemas que permitem a aproximação entre Cágada e os westerns e corroboram para o efeit cômico. No último capítulo, investigamos a representação satírica, sobretudo, no contexto da colonização judaica no RS e relativa ao golpe militar. Em conclusão percebemos que o componente humorístico é parte integrante da estrutura do romance e se justifica por várias razões, entre elas o fato de o humor ser ingrediente da interação social, proporcionar a memorização, relacionar-se a um aspecto contagiante, traduzir frustrações e ansiedades da sociedade, controlar as emoções, trapacear o discurso hegemônico, servir de arma de denúncia e deflagrar novos olhares sobre o mundo.
O texto completo está em http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/1776
CARMEN E EU TIVEMOS A HONRA DE TER COMO PADRINHOS DE CASAMENTO HÁ 45 ANOS O Dr. GLADSTONE OSÓRIO MÁRSICO E SUA ESPOSA YVONE !!! TEMOS TODAS AS SUAS OBRAS E QUASE TODAS "AUTOGRAFADAS"
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