Fim de Semana do Prévidi - 13-14/4/2013 - 2


O Parkinson e o poder público

Silvia do Canto, jornalista e portadora da doença
(publicado no Correio do Povo - 11-4-2013)

Neste 11 de abril, Dia Mundial do Parkinson, a informação é nossa principal aliada sobre a doença. Não existem números exatos sobre o Parkinson no Brasil, entretanto, o Ministério da Saúde estima que pelo menos 200 mil pessoas possuam a doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS), avalia que 1% da população com mais de 65 anos possua a patologia, pesquisas recentes indicam ainda a prevalência da doença na população é de 150 a 200 casos por 100.000 habitantes. A Organização das Nações Unidas (ONU), nos remete para quatro milhões de pessoas com Parkinson no mundo, com estimativas de que esse número dobre até 2040, com o aumento da população idosa.

Como uma patologia degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, a doença de Parkinson,  avança durante toda a vida, necessitando, portanto de adequado tratamento.

Os sintomas do Parkinson respondem satisfatoriamente aos medicamentos existentes. Esses medicamentos, que repõem parcialmente a dopamina que está faltando no cérebro, devem ser usados por toda a vida. Com valores consideravelmente altos, são fornecidos, por lei, pelo Estado e municípios. Os fornecidos pela Farmácia do Estado  porém, necessitam de um trâmite de um processo administrativo, que tramita com certa lentidão até a liberação definitiva.

O desenvolvimento do vasto rol de sintomas que podem ser desenvolvidos na  DP exige também o atendimento em diversas áreas, quais sejam, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia, o índice de depressão no parkinsoniano é assustador. Justifica-se, tendo em vista que muitos portadores fazem do diagnóstico uma morte civil.

Neste dia 11 de abril, o que mais se ouve e lê são dicas e aconselhamentos de como manter a qualidade de vida na doença de Parkinson. Para isso precisamos universalizar o efetivo tratamento ao doente. A patologia foi descoberta há mais de 200 anos e, ainda assim temos um pequeno comprometimento de nosso poder público.

Uma rápida pesquisa em nossa Assembleia Legislativa e em nossas Câmaras de Vereadores nos revela a  inexistência de leis que podem levar o tratamento da DP a milhares de gaúchos. A prefeitura de Curitiba, por exemplo, fornece toda a infraestrutura para o funcionamento da Associação de Parkinson daquele Estado. A entidade oferece medicação e tratamento, gratuitos, com variada equipe de profissionais. Nós do Rio Grande do Sul necessitamos de uma sede própria para nossa associação e para isso tentamos nos aproximar do poder público, até então sem sucesso.

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