Quinta, 18 de abril de 2013

ESCÂNDALO EM TRAMANDAÍ!!

É IRREGULAR A DEMOLIÇÃO
DO HISTÓRICO PRÉDIO DA SAT!!

O grande Túlio Milman, responsável pelo Informe Especial da Zero Hora, registra hoje:

Ué?
Chegou ontem à prefeitura de Tramandaí o pedido para demolir o prédio do restaurante da SAT, bem como o projeto para a construção do novo edifício de 18 andares que será erguido no local.
A foto com os escombros chegou antes – terça-feira – ao Informe Especial.
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Motivos
O presidente do Conselho Deliberativo da SAT escreveu à coluna.
José Valmir da Costa explica que as dificuldades financeiras levaram o clube a buscar soluções que proporcionassem rendas extras.
Um trecho: Não nos restou alternativa senão cedermos parte de nosso patrimônio, que só nos dava despesa, em troca de áreas que, ao contrário, nos proporcionarão a garantia de continuidade das atividades do maior clube de praia do Estado.
Mais sobre a SAT nas páginas 38 e 62.
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É muito bom quando a Zero Hora entra nesse tipo de assunto, porque os malfeitores ficam com os dois pés atrás. Melhor ainda quando um jornalista como o Túlio registra, sem a tradicional soberba da maioria de seus colegas.
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O problema é que apesar de toda a sacanagem que estão fazendo com a memória da gauchada, o prédio já está parcialmente demolido.
E vai ficar por isso mesmo.
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Duas matérias na Zero Hora de hoje:


SAT NO CHÃO

Prédio histórico é demolido na praia

Parte da sede da Sociedade Amigos de Tramandaí

dará espaço a edifício residencial de 18 andares

Moradores e veranistas do Litoral Norte foram surpreendidos, no início desta semana, com a derrubada de parte de um prédio histórico e afetivo para milhares de gaúchos. Cerca de 25% da sede da Sociedade Amigos de Tramandaí (SAT) veio abaixo, na segunda-feira, para dar lugar a um prédio de 18 andares, o Sat Residence.

Fotos da demolição, que mostram parte da fachada modernista danificada, causaram alvoroço nas redes sociais. Internautas lamentavam o fim do espaço que abrigou o Carnaval e festas de verão de várias gerações. No entanto, de acordo com a presidente da SAT, Iara Corso, a parte derrubada corresponde a áreas antes ocupadas pelo restaurante e pela boate. O salão principal não seria afetado pela obra.

– A grande maioria de clubes sociais enfrenta dificuldade financeira para manter sedes enormes com um pequeno número de sócios. Chegou um ponto em que as pequenas reformas já não davam conta. Essa permuta foi a maneira que encontramos para solucionar o problema e não precisarmos extinguir a sociedade – justifica Iara.

Segundo a presidente, a permuta é estudada há pelo menos cinco anos. O prédio será erguido pela construtora Contemporânea em uma área de 1.794m², que abrange a parte demolida, mais o estacionamento do clube.

Cerca de 20% da área construída de apartamentos e garagem será da SAT. A sociedade ainda receberá 20% do aluguel das lojas. O dinheiro será revertido em melhorias para a sede, explica a presidente.

bruna.scirea@zerohora.com.br
BRUNA SCIREA--

SAT NO CHÃO

Intervenção não estaria autorizada,

afirma arquiteta

Indignada com a derrubada de um prédio de “construção ímpar e imenso valor histórico e cultural”, a arquiteta Silvia Korpalski procurou a prefeitura para averiguar a regularidade da obra. De acordo com a moradora de Tramandaí, até terça-feira, o setor de aprovação de projetos não havia recebido o projeto arquitetônico. Segundo ela, também não havia alvará de demolição, necessário para a intervenção.

Conforme o secretário de Obras de Tramandaí, Jaime Bolzan, a empresa entrou com o pedido de autorização de demolição e, em seguida, com o de construção. Não soube, no entanto, esclarecer quando os documentos foram entregues. Questionado, disse que a data seria “informação irrelevante”.

Segundo o secretário do Planejamento de Tramandaí, Gabriel Souza, o prédio da entidade social não é tombado pelo patrimônio público da cidade. De acordo com o arquiteto Jorge Luís Stocker Jr., da Defender, entidade que atua em todo o Estado na defesa do patrimônio, a denúncia da obra já foi feita ao Ministério Público
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Muito legal também o Almanaque Gaúcho de hoje.
Casualmente, a página é ilustrada com a mesma foto que publiquei ontem, Quarta, 17 de abril de 2013 - parte 3:


O texto do Ricardo Chaves:
Existe uma enorme contradição no triste ato da diretoria da SAT (Sociedade Amigos de Tramandaí) em permitir a demolição da sede da instituição para viabilizar a gestão do clube. Quem abre a página da SAT na internet, encontra, logo no cabeçalho, uma foto panorâmica do prédio tão familiar, motivo do afeto de tantos veranistas e moradores daquele balneário. É de supor, portanto, que exista orgulho e zelo pela fachada icônica do edifício, que é (foi?) a cara e o cenário de uma longa história. Aliás, nessa mesma página inicial, que representa digitalmente o clube na rede, não se encontra nenhum item com dados sobre a história da agremiação. A explicação pode ser a mesma da “falta de recursos”, para atualizar o site, aquela que “obriga” os responsáveis a suprimir o passado para manter o presente. Mas pode ser também que seja uma sintomática e eloquente falha: quem desconhece o decorrido não tem motivo nenhum para valorizá-lo.

Um comentário:

  1. A SAT tá lá há anos, o prédios caindo aos pedaços, ninguém indo aos bailes, bingos, etc. Garanto que nenhum desses reclamantes frequentava atualmente ou contribuía para manutenção. Aí agora destroem o prédio e passam a se importar...aff, povinho muquirana.
    Só recomendo não comprarem apartamentos em prédios altos. Os bombeiros de Tramandaí não tem escada magirus, se duvidar não conseguem nem chegar ao terceiro andar dos prédios.

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