E O ÔNIBUS VAI CONTINUAR A 3,05
Ricardo Azeredo:
A manifestação de ontem contra o aumento na passagem de ônibus foi o que deveria ter sido desde o início da polêmica. Uma baita mobilização, com gente enchendo a rua e fazendo valer seu ponto de vista. Isso sim é democracia, isso sim é manifestação legitima, responsável e respeitável. A baderna e o vandalismo que ocorreram dias antes foram exatamente o contrário do que se espera de gente com a cabeça no lugar, que sabe se impôr, mas sabe os limites do respeito à lei, à ordem. Respeitar a lei e a ordem não é ser reacionário, conservador, de direita, etc, etc. É ser cidadão de verdade, consciente do seu papel, das suas opiniões e da sua vontade de mudar situações com atos responsáveis, organizados e dentro da normalidade que uma sociedade madura exige.
Que nos próximos protestos, seja pelo que for, os marginais baderneiros de partidecos e agremiações estudantis alucinadas sejam excluídos ou pelo menos contidos pelos organizadores. E que as mobilizações sejam verdadeiramente manifestações democráticas.
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Lu Bianca:
Jesus do Céu, como os brigadianos passam trabalho e humilhações. Sem falar nos salários. O que parecia aquilo na frente da Prefeitura, ontem? Um dos guris, que se denomina estudante, 'achincalhando' e fotografando os rostos dos brigadianos. E estes, baixando a cabeça. Que humilhação! Eles tem determinação expressa de ficarem imóveis. Não é à toa que eles tem problemas sérios de pressão arterial, coração e depressão. Minha solidariedade aos brigadianos, em especial aos que ficam na linha de frente.
Creio que vocês conhecem o filme ‘Wall Street (Poder & Cobiça)’. Também penso que muitos lembram o seguinte: Michael Douglas, astro principal, interpreta o empresário Gordon Gekko. So what? Pois no citado filme, Gekko discursa perante acionistas. Com tal ‘cena’ em mente e, após ler cada um dos recados, imaginei tal ‘discurso’ devidamente ‘aplicado’ no cenário que envolve preços estipulados por empresas de transporte coletivo...
ResponderExcluir(evidente, fiz o texto abaixo, adaptado à realidade da capital gaúcha)
“Porto Alegre… Porto Alegre se tornou inoperante em diversos sentidos. O déficit fiscal de muitas empresas provoca pesadelos. Porém, no passado, nossa amada capital era uma potência. No caso do transporte coletivo, o que posso dizer? Penso que muitos empresários, homens que construíram impérios do transporte, grangearam estima e respeito porque, mais do que erguer empresas do zero, preocupavam-se com a continuidade do negócio e, principalmente... OFERECER um transporte de qualidade, à preço ACESSÍVEL – e nem vou falar que antigamente, estes empresários, OUVIAM o clamor popular quando o assunto envolvia AUMENTO DE PREÇO. Hoje, a gerência destas mesmas empresas, não estão nem aí para os usuários. Aliás, aonde o senhor ‘X’ investe seu salário? Não na empresa aonde foi contratado como gerente. Ele, assim como tantos burocratas, está mais preocupado com seus jatinhos, pescarias e aparecer ao lado de modelos que tem idade de serem filhas!”
Um ‘gerente’, bravo, intervém:
“Isto é um ultraje, Gordon. Componha-se. Voce é dos nossos…”
Gordon responde:
“Negativo. Não me compare. Até porque, não é de hoje que constato que a nova lei da evolução no Brasil corporativo é a sobrevivência dos inúteis. Porém, no meu livro, ou você age certo, de acordo com o que é direito, da maneira correta como foi feita no passado... ou voce é eliminado do jogo. O ponto, ‘ladies and gentleman’... É que a falta de COMPREENSÃO para com o próximo, por falta de melhor palavra, é lamentável. Infelizmente, no mundo de hoje, a falta de GENEROSIDADE move o mundo e capta a essência do espírito evolutivo humano. Espero, por outro lado, que os envolvidos se SENSIBILIZEM e repensem seus atos. Porque... se aqui no RGS conseguirmos mostrarmos APOIO ao próximo e PÉ NO FREIO para a ambição desmedida de GANHAR DINHEIRO À CUSTA DO TRABALHADOR... marquem minhas palavras... será uma CORRENTE DE BEM. Corrente esta que não apenas IMPEDIRÁ os lamentáveis atentados à Prefeitura, mas, principalmente, igualmente será usada para salvar a empresa falida que todos nós conhecemos como Brasil.
(Acionistas aplaudem. E Gordon Gekko agradece: thank you!)
PS: Adaptação by Paulo McCoy Lava – jornalista. Alguém que assistiu Wall Street 21 vezes, a mais recente, na tarde de sexta-feira passada (29/03)