Sexta, 19 de abril de 2024

 

NÃO LEVE A SÉRIO
QUEM NÃO SORRI! 

PLANEJE SEUS VOOS

A antiga luta contra a censura não era motivada

por um princípio moral; era, antes de mais nada,

expressão do ressentimento de

a censura ter sido feita por outros.

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dois minutos com prévidi

- O CARECA RECUOU E A PETEZADA É MUIITO ESQUECIDA

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especial

Nesta sexta, uma cesta
de VANDERLEI CUNHA! 

Um cronista refinado
e de "fino trato"

LFVERISSIMO AO NOSSO LADO

Exemplo perfeito de sua criatividade rara com o divertido passatempo de inventar nomes próprios extraídos de simples palavras, guardei-a em meu acervo para não perdê-la jamais e sempre trazê-la de novo à tona em algum futuro para deleite de todos quantos não a leram.

''(Do baú.) Bons tempos. O Rio era outra cidade. A vida era mais simples e as pessoas eram mais brilhantes.

Mercedes e Daimler Benz desembarcando do seu Opel conversível na porta do Copacabana Palace, ela com um imenso cachorro afghan – em volta do pescoço.

Scaninha Vabis e suas festas famosas, nas quais um ministro da República podia ser visto dançando com a vedete Mara Cujá, ou o playboy internacional Ron Ronar espalhando entre todos a nova coqueluche da Europa, a coqueluche.

E todos acabavam a noite dentro da piscina, vestidos ou não, ao som de Lusco Fusco e sua orquestra cubana.

Bons tempos. Grandes tempos.

Era a época do apogeu das grandes fortunas paulistas.

Rudi Mento mantinha um apartamento no Morro da Viúva para as suas duas amantes cariocas, Fata e Vanda Lismo.

Vitor (''Vitu'') Pério apostava saca de café na mesa de jogo, apesar da insistência dos crupiês para que usasse fichas.

Estrangeiros famosos chegavam ao Brasil para não perder a festa permanente.

Barry e Ella Fitzgerald com o pequenino Scott. Gertrude e Franken Stein. O General e a senhora Motors. Maria e Gato Felix. O militar francês Mal. De Tête.

Da Itália, o Conde Nado. Entre outros.

Havia corsos à fantasia todos os dias em Botafogo. E todos cantavam a marchinha de Perí e Parã Metro: 'Eu peguei uma espanhola natural de Cotegipe. Me deu a maior bola – e depois me deu a gripe'.

No Cassino da Urca, grandes fortunas eram feitas e perdidas todas as noites.

E os shows eram praticamente de graça.

O cantor Toni Truante, que fazia balançar os lustres e os corações com sua voz portentosa.

Ao piano, com sua casaca de lamê e o cabelo lustroso (anos mais tarde, decadente, ele seria visto tocando em boates de terceira categoria com a casaca lustrosa e lamê no cabelo), Benê Plácido, o homem dos 88 dedos.

A impagável dupla pândega Bis e Aba Cate.

E as bailarinas. Rubi Cunda. Bel Chior. Vera Neio. Mara Tona. Paula e Desa Tino, que apresentavam um balé moderno chamado 'O vício e a virtude'.

Eva Porar, dona de um grande par de coxas, embora se cochichasse que o verdadeiro dono das coxas era um estancieiro gaúcho que viera com o Getúlio.

Eti Mologia, dançarina acrobática, que terminava seu número lambendo o próprio calcanhar, para inveja de muitos. A estonteante Ester Ilizar.

E, para o público dançar, os violinos românticos de Tom Badilho e seus Professores.

Sim, bons e inocentes tempos.

Tempos em que um homem ainda podia fazer trocadilhos bobos sem sentir remorso.

Não voltam mais.''

Os estudantes da Famecos Geraldo Canali e Vanderlei Cunha com Vinicius de Moraes

A LIBERDADE É
UMA NUVEM QUE PENSA

NÃO dedicado a quem usa o conceito universal de LIBERDADE por demagogia, esperteza, oportunismo, conveniência, para ganhar votos, audiência, dinheiro e/ou patrocínio...

Ninguém fecha a liberdade de um livro.

Ninguém paralisa a liberdade de um quadro.

Ninguém aprisiona a liberdade num instantâneo.

Ninguém obriga a liberdade a dançar conforme a música.

A liberdade é eternamente móvel

E por isso incomoda.

A liberdade é uma nuvem que pensa.

Fausto Wolff, em 'O Pacto de Wolffenbüttel e a recriação do homem' – Editora Bertrand Brasil - 2001

Fausto Wolff, gaúcho de Santo Ângelo, nasceu em 8 de julho de 1940 e morreu em 5 de setembro de 2008, no Rio de Janeiro, aos 68 anos.

Foi ator, jornalista, escritor e polemista raiz durante os anos de chumbo da ditadura. Com quase 2 metros de altura, sangue germânico, imponente e corajoso, batizado como Faustin von Wolffenbüttel.

No Rio, chegou a manter três colunas simultâneas, escrevendo sobre televisão no Jornal do Brasil, sobre teatro na Tribuna da Imprensa e sobre política no Diário da Noite. Suas opiniões polêmicas e independentes também começaram a aparecer na TV, com o Jornal de Vanguarda de Fernando Barbosa Lima a partir de 1963.

Em 1968, atingido pela censura do governo militar, Fausto Wollf exilou-se na Europa, onde passou 10 anos, na Dinamarca e na Itália. Ainda no exílio, foi um dos editores d'O Pasquim, além de diretor de teatro e professor de literatura nas universidades de Copenhague e Nápoles.

Com Booker e Eliana Pittman

MEMÓRIA POUCA É BOBAGEM

E MUITO PASSADO PELA FRENTE.

VAN GUARDA...

Dia desses, pesquisando em meu baú de espantos, encontrei um exemplar em perfeito estado deste coruscante 'Almanaque', certamente recebido durante um dos voos remotos que fiz por este imenso Pindorama.

O Almanaque Brasil de Cultura Popular' foi um periódico criado em 1999 por empreendimento do artista gráfico e jornalista Elifas Andreato, veiculado nos voos nacionais e internacionais da TAM Linhas Aéreas (hoje LATAM Airlines) como 'revista de bordo'. Em 2010 também foi incluída no Programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura, para distribuição em sete mil pontos de ensino e leitura e em bibliotecas públicas de todo o Brasil.

Em 2010 a TV Brasil passa a veicular o programa Almanaque Brasil, tendo programação oriunda do periódico impresso.

O conteúdo, original e curioso, era apresentado assim, pela criatividade de Elifas:

 Carta enigmática

 Lambe-lambe - fotos que contam histórias

 Você sabia?

 Santos do mês

 Reportagens

 Curiosidades

 Publicidades

 Papo-cabeça

 Ilustres Brasileiros

 Jogos e brincadeiras

 O teco-teco, diversão para pequenos e grandalhões

 Viva o Brasil

 Em se plantando, tudo dá

 Bom humor nosso e dos leitores

Com... (precisa dizer?) aos 24 anos (prestes a completar 25), em 1966, no Hotel Everest - antes de um show no Grêmio Náutico União.