Sexta, 7 de maio de 2021

 

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especial

Nesta sexta, uma cesta 
de 
Elis Regina! 


Porto Alegre deve uma homenagem
decente a maior cantora do Brasil





Jogo da verdade

https://youtu.be/aUfMNr0mdf0


"Nunca disse pra alguém que eu iria para o Rio de Janeiro fundar um CTG"


"Nunca saí dizendo para as pessoas que eu iria andar fantasiada de prenda pelo Brasil cantando Prenda Minha"




Elis Regina (Elis Regina Carvalho Costa) nasceu em Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945. Foi a mais importante cantora brasileira, aclamada em vários países e comparada a Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday.
Com 36 discos gravados e milhões de cópias vendidas, Elis alcançou o estrelato aos 20 anos. Com os sucessos de Falso Brilhante e Transversal do Tempo, Elis Regina inovou os espetáculos musicais no país.


Foi casada com Ronaldo Bôscoli, com quem teve João Marcello; em 1973, casou-se com o pianista César Camargo Mariano, com quem teve dois filhos, Pedro e Maria Rita.

Foi a primeira grande artista a surgir dos festivais de música na década de 1960 e descolava-se da estética da Bossa Nova pelo uso de sua extensão vocal e de sua dramaticidade. Inicialmente, seu estilo era influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria. Depois de quatro LP's gravados e sem grande sucesso — Viva a Brotolândia (1961), Poema de Amor (1962), Elis Regina (1963), O Bem do Amor (1963) — Elis foi a maior revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou Arrastão de Vinícius de Moraes e Edu Lobo.



Veio o convite para atuar na TV e, pouco tempo depois, o título de primeira estrela da canção popular brasileira, quando passou a comandar, ao lado de Jair Rodrigues, um dois mais importantes programas de música popular brasileira, O Fino da Bossa. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, então diretor do Fino da Bossa. A partir de 1972, Elis começaria um relacionamento com César Camargo Mariano, que duraria até 1981, em uma das mais bem sucedidas parcerias da MPB.


Filha de Romeu de Oliveira Costa e de Ercy Carvalho, Elis Regina nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Centro de Porto Alegre. Seu pai teria ascendência indígena e sua mãe era filha de imigrantes portugueses.


A origem de seu prenome é incerta. Em versão contada pela própria cantora em entrevista, seu nome tem origem no nome de uma personagem de um romance que sua mãe lia na época de seu nascimento: "Miss Elis" (que seria o sobrenome do marido da personagem, na verdade). Romeu tentou batizá-la assim, mas foi impedido sob a argumentação de que Elis Carvalho Costa poderia ser nome tanto de homem quanto de mulher e que deveria haver um nome feminino entre "Elis" e "Carvalho". Lembrando de uma prima sua nascida na semana anterior e batizada como Sandra Regina, Romeu sugeriu então que ela fosse chamada Elis Regina Carvalho Costa, uma vez que Elis Sandra não soava bem aos seus ouvidos.[24] A outra versão diz que seu nome seria uma homenagem à filha dos padrinhos de casamento de seus pais. O Regina apareceu porque a mãe de Elis acreditava que era preciso colocar um nome bíblico nas crianças e que este seria um nome bíblico.


Em Porto Alegre, sua família morava em um apartamento na Vila do IAPI, na zona norte da cidade. Seu apelido dentro de casa era Lilica e, quando ela tinha sete anos nasceu seu irmão mais novo, Rogério. Durante sua infância e adolescência, Elis estudava o curso normal - que visava formar professoras - no Instituto de Educação General Flores da Cunha. Estudou também no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, por breve período, e terminou seus estudos no Instituto Estadual Dom Diogo de Sousa.




Aos sete anos, sua mãe a levou à Rádio Farroupilha para participar de um programa de rádio chamado Clube do Guri, apresentado pelo radialista Ary Rego. Antes mesmo do ensaio, a menina entrou em pânico e pediu para voltar para casa. Ela só iria voltar ao programa em 1957, aos 12 anos, quando finalmente controlou seu nervosismo e conseguiu cantar. A impressão causada foi tão boa que Elis foi convidada para voltar ao programa nos dias seguintes e passou a fazer parte das crianças que se apresentavam regularmente, de modo amador, sem cachê. A única recompensa era uma caixa de chocolates do patrocinador do programa que recebiam de vez em quando.


Em 1º de dezembro de 1958, com 13 anos, iniciou a sua carreira profissional, contratada por Maurício Sirotsky Sobrinho para a Rádio Gaúcha, passando a ser chamada de "a estrelinha da Rádio Gaúcha". Nesse mesmo ano, foi eleita a "Melhor Cantora do Rádio Gaúcho" de 1958, em concurso realizado pela Revista de TV, Cinema, Teatro, Televisão e Artes, com apoio da sucursal gaúcha da Revista do Rádio, com sede no Rio de Janeiro. Além da sua atuação profissional em rádio - e na TV Gaúcha a partir de 1962 - Elis Regina também cantava em boates atuando como "crooner" nos chamados "conjuntos melódicos" de Porto Alegre, como o de Norberto Baldauf e o Flamboyant.


Em 1961, Wilson Rodrigues Poso, um simples gerente comercial do selo Continental - pertencente à gravadora GEL, estava de passagem por Porto Alegre quando foi avisado por um de seus amigos radialistas, Glênio Reis, que a rádio em que ele trabalhava contava com um novo talento que deixaria Wilson abismado. O gerente comercial não tinha autonomia para contratar artistas - isto era trabalho do diretor artístico, mas ficou com medo de perder a cantora para a concorrência e, então, ofereceu um contrato padrão para dois discos aos pais de Elis: sem cachê, mas com divisão dos resultados das vendas - o que barateava a operação da gravadora. Ao voltar ao Rio de Janeiro, precisou convencer Nazareno de Brito, o diretor artístico do selo Continental. O executivo foi convencido ao ouvir a menina cantar, mas vaticinou: ela precisava trocar de repertório. Aqueles sambas-canção de cantora de vozeirão eram datados. A moda era cantar rocks, como Celly Campello. Carlos Imperial foi chamado para produzir o álbum de estreia da cantora.


Assim, naquele ano, viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. O álbum procurou repaginar a sua imagem como uma cantora de rock, "para a juventude". Apesar da divulgação - Elis participou de programas de rádio e o álbum chegou a receber críticas na imprensa, o disco encontrou vendas decepcionantes. Assim, no ano seguinte, a gravadora resolveu trocar o seu produtor para Diogo Mulero - da dupla sertaneja Palmeira & Piraci - e novamente modificar o repertório da cantora que agora passaria a interpretar boleros: buscava-se transformá-la em uma cantora popular. Então, saiu o seu segundo disco, Poema de Amor, e as vendas continuaram decepcionantes. Sem contrato de gravação - que havia sido cumprido com o lançamento do segundo disco, Elis continuou com seu emprego na Rádio Gaúcha. Então, em 1963, um novo representante de uma gravadora foi procurar a família. Dessa vez, era Airton dos Anjos, o Patineti, representante da Discos CBS. Foi proposto um contrato muito parecido com o primeiro: dois discos que seriam lançados naquele ano, sem cachê. E lá foi Elis para o Rio de Janeiro novamente, gravar o seu terceiro LP. Para os dois novos discos, o produtor foi Astor Silva, que resolveu tentar transformá-la em uma cantora de sambas e versões popularescas. Assim, foram lançados Ellis Regina e O Bem do Amor, novamente com vendas baixas.


De volta a Porto Alegre mais uma vez, Elis continuou trabalhando na rádio e fazendo apresentações esporádicas pelo sul do país. No final de 1963, Airton dos Anjos arranjou a sua participação em um show coletivo no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis. Na tarde do dia da apresentação, ele descobriu que Armando Pittigliani, o produtor do maior selo do país, encontrava-se em férias na cidade. Sendo assim, Airton foi atrás de Armando e convenceu-o a ir ao show escutar Elis Regina. O produtor ouviu a cantora e, durante o intervalo da apresentação, foi aos bastidores falar com ela. Perguntou-lhe porque ela cantava aquelas versões e não música brasileira. Elis disse que adorava música brasileira, mas que haviam lhe dito que não se vendia discos com aquilo. Assim, Armando convenceu-a a cantar "Chão de Estrelas" na sequência do show. Ao fim do espetáculo, ele deu-lhe o seu cartão e disse: "procure-me após fevereiro". Ao voltar pra casa, a cantora contou a sua família do encontro e seu pai decidiu que era hora de ela mudar-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde estava praticamente toda a indústria fonográfica nacional.


Elis chegou ao Rio exatamente na manhã de 31 de março de 1964, isto é, no dia do golpe militar. Com sua experiência no rádio, conseguiu rapidamente um emprego na TV Rio para participar dos programas Noites de Gala e A Escolinha do Edinho Gordo. O primeiro era um programa comandado por Ciro Monteiro no qual Elis fazia apresentações musicais. Eles se tornariam grandes amigos, com Ciro Monteiro sendo uma das pessoas que chamavam a cantora por seu apelido de casa, Lilica. O último programa era um humorístico cujo formato já havia sido utilizado antes e que ficaria celebrizado anos depois com a Escolinha do Professor Raimundo, de Chico Anysio. Nele, a cantora gaúcha fazia uma das alunas, contracenando com Marly Tavares, Evelyn Rios, Wilson Simonal, Jorge Ben e o Trio Irakitan. Mais do que a experiência adquirida, sua passagem na Tv Rio serviu também para fazer contatos, como os já citados, além de Orlandivo e, principalmente, Dom Um Romão.


Ainda no primeiro semestre de 1964, Elis fez um teste para ser a cantora na gravação em disco do espetáculo Pobre Menina Rica, composto por canções de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes. O show havia sido um dos sucessos tardios da bossa nova no ano anterior, quando havia ficado em cartaz com Lyra e Vinicius tocando as canções cantadas pela então estreante Nara Leão na boate Au Bon Gourmet, com direção de Aloysio de Oliveira. Nara não participaria da gravação do disco por estar envolvida com o Show Opinião e o disco contaria com novos arranjos de Tom Jobim. No teste, Carlos Lyra ficou surpreso pela postura de Tom que não aprovou a cantora. No final, o disco acabou saindo com os vocais de Dulce Nunes - mulher do maestro Bené Nunes - e sem os arranjos de Tom.


As aparições de Elis na TV Rio dariam retorno à cantora de outro modo: Elis aparecia para um público maior, já que ainda não estava fazendo shows. Foi assim que Elis foi ouvida pelos produtores e jornalistas Renato Sérgio e Roberto Jorge. Eles foram os produtores do primeiro show de Elis no Rio, que aconteceu no Bottle's, uma boate que fazia parte do que se chamava de Beco das Garrafas. Após conseguirem o contato de Elis, explicaram a ela o que tinham em mente: um espetáculo com ela cantando samba jazz, acompanhada pelo Copa Trio - formado por Dom Salvador, no piano; Miguel Gusmão, no contrabaixo; e Dom Um Romão, na bateria, e com uma música de abertura feita por Edu Lobo. Além dos já citados, o show contaria com Sônia Müller, como mestre de cerimônias, e a iluminação ficaria a cargo de José Luiz de Oliveira. Entretanto, nos ensaios, eles perceberam que Elis tinha um grave problema de presença de palco. Para resolver este problema, recrutaram a ajuda de Lennie Dale, coreógrafo que, desde 1960, vivia entre os Estados Unidos e o Rio de Janeiro e frequentava o Beco. Foi com ele que Elis aprendeu a mexer os braços como se estivesse nadando no ar, ou como as hélices de um helicóptero.


Assim, estreou Elis com o show chamado "Sosifor Agora" que foi um sucesso de público no bar, embora sua capacidade não fosse muito grande. No quinto final de semana da temporada, Elis faltou ao show sem avisar os produtores - para realizar outro show em São Paulo - e a briga subsequente encerrou a temporada de shows de Elis no Bottle's. Entretanto, a briga e o fim da temporada naquele bar abriu a oportunidade para os produtores de shows no bar vizinho - o Little Club - buscarem contratar a cantora gaúcha para um show lá. Assim, Miele e Bôscoli produziram, na sequência, um novo show para Elis no Beco, negociando uma participação maior no couvert artístico para a cantora. O show contava com a participação da bailarina Marly Tavares, do pandeirista e humorista Gaguinho, e do conjunto Bossa Três. No repertório estavam "Preciso Aprender a Ser Só", de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, e "Menino das Laranjas", de Théo de Barros. Mas, assim como no show anterior, a cantora começou a faltar a suas apresentações para fazer shows em outras praças, o que levou a outra briga e, novamente, ao cancelamento da temporada. Elis nunca mais se apresentaria no Beco e o lugar começaria a entrar em declínio nos anos seguintes.


Enquanto deveria estar se apresentando no Beco das Garrafas, Elis cumpria atribulada agenda de shows por São Paulo. Iniciou participando de uma temporada na boate Djalma's, de Djalma Ferreira. Foi convidada para participar do show Boa Bossa, promovido pela Associação de Moças da Colônia Sírio-libanesa no então Teatro Paramount, juntamente com o Sambalanço Trio, Johnny Alf e Agostinho dos Santos. Foi assim que conheceu Walter Silva, o produtor deste show. Na sequência, participa do show Primavera Eduardo É Festival de Bossa Nova, que aconteceu no Teatro de Arena e teve produção de seu então namorado, Solano Ribeiro. Após, participou do espetáculo O Remédio É Bossa, produzido por Walter para os estudantes da Escola Paulista de Medicina, em 26 de outubro. Nesta apresentação, ficou marcada a sua performance junto a Marcos Valle da canção "Terra de Ninguém". O último show foi o Primeiro Denti-Samba, promovido pelos estudantes da Faculdade de Odontologia da USP e produzido, novamente, por Walter Silva. Aqui, Elis cantou acompanhada pelo Copa Trio e, no programa, estavam, também, Walter Santos, Pery Ribeiro, Geraldo Vandré, Oscar Castro-Neves, Paulinho Nogueira, Alaíde Costa e o Zimbo Trio. Com essa guinada paulistana que sua carreira estava dando, em fevereiro de 1965 Elis muda-se para a capital paulista com sua família.


Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues. O programa, gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva, ficou no ar até 1967 (TV Record, Canal 7, SP) e originou três discos de grande sucesso: um deles, Dois na Bossa, foi o primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias. Seria dela agora o maior cachê do show business.

Em 1965, interpretou a canção Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, que venceu o I Festival de Música Popular Brasileira na TV Excelsior na ocasião também foi premiada com o troféu Berimbau de Ouro de melhor intérprete. Nesta época, compõe sua primeira e única música - "Triste Amor Que Vai Morrer - em parceria com o jornalista e radialista Walter Silva e que seria gravada, de forma instrumental, apenas por Toquinho, em 1966.


Um dos grandes sucessos dessa época e ao longo de toda a carreira de Elis Regina foi a canção Upa Neguinho, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, que fez parte do musical Arena conta Zumbi, dirigido por Augusto Boal, em 1965. A canção apareceu no LP O Dois na Bossa 2, lançado em 1966 e gravado ao vivo no programa O Fino da Bossa, na TV Record. Sendo uma artista recordista de vendagens pela gravadora Philips cantou no Mercado Internacional de Discos e Edições Musicais (MIDEM), em Cannes, em janeiro de 1968, quando começou a direcionar sua carreira para o reconhecimento também no exterior. Em 1969 gravou e lançou no exterior dois LPs: um com o gaitista belga Toots Thielemans, em Estocolmo, e Elis in London.


Durante os anos 1970, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos.[67] Patrocinado pela Philips na mostra Phono 73, com vários outros artistas, deparou-se com uma plateia fria e indiferente, distância quebrada com a calorosa apresentação de Caetano Veloso: Respeitem a maior cantora desta terra. Em julho lançou Elis (1973).[68] Em 1974, gravou com Antônio Carlos Jobim, o álbum Elis & Tom (1974), considerado um dos melhores LP's da história da música popular brasileira.


Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, dirigido por Myriam Muniz, que mais tarde originou um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. Lendário, tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Essa Mulher em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium); e finalmente o último espetáculo, Trem Azul, em 1981, direção de Fernando Faro.

 

https://youtu.be/eUJ8YNkMOBI

O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e 'popularesco' que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado. Já no samba consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema (Adoniran Barbosa), entre outros. Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. Seu registro vocal pode ser definido como meio-soprano.


A antológica interpretação de Arrastão (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), no 1.º Festival de Música Popular Brasileira, escreveu um novo capítulo na história da música brasileira, inaugurando a MPB e apresentando uma Elis ousada. Essa interpretação, da qual sobrou apenas um pequeno registro audiovisual, foi comentada pelo músico Bob Dylan em seu programa de rádio Theme Time Radio Four no episódio 64, "Travelling around the world part 1", no qual, a partir dos 40 minutos de programa, Dylan ressalta a interpretação de Elis Regina, a "little pepper" ("pimentinha" em inglês), que termina cantando em lágrimas. Uma interpretação inesquecível, encenada pouco depois de completar apenas vinte anos de idade. Ainda em 1965, no dia 10 de abril, foi agraciada com o Troféu Roquette Pinto de Melhor cantora do ano.


Os trejeitos cênicos que Elis utilizava ao interpretar na década 1960, balançando os braços, renderiam para ela o apelido de "Elis-cóptero" ou "Hélice Regina", dados por Rita Lee, e que se somaram ao Pimentinha, dado por Vinícius de Moraes.


Fã incondicional de Ângela Maria, a quem prestou várias homenagens, Elis impulsionava uma carreira não menos gloriosa, possibilitando o lançamento do quinto LP individual, Samba eu canto assim (CBD, selo Philips). Pioneira, em 1966 lançou o selo Artistas, registrando o primeiro disco independente produzido no Brasil, intitulado Viva o Festival da Música Popular Brasileira, gravado durante o festival. Apesar da dificuldade em atribuir pioneirismos (que costumam durar até o aparecimento de novas pesquisas), costuma ser atribuído a Cornélio Pires o pioneirismo na gravação e divulgação de música independente no Brasil, pois em 1929 ele financiou o custo dos discos da "Turma Caipira Cornélio Pires". O selo (ou etiqueta, como era chamado na época) Artistas Unidos foi lançado pela fábrica de discos Rozenblit, sediada em Recife, e que já tinha um selo de sucesso desde os anos 1950, o Mocambo.


Foi Elis quem também lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.



Elis faleceu em São Paulo, em 19 de janeiro de 1982. O laudo médico atestou que a sua morte foi em decorrência "de intoxicação exógena, causada por agente químico - cocaína mais álcool etílico". Na noite anterior, Elis e seu namorado, o advogado Samuel MacDowell, receberam amigos no apartamento dela em São Paulo. Os convidados foram embora por volta das 21 horas e Samuel ainda permaneceu por mais algumas horas. Pela manhã, ambos falavam por telefone e ele notou que Elis passou a falar com "voz meio pastosa", balbuciando as palavras, e depois ficou em silêncio. Decidiu então ir até o apartamento, a encontrando caída no chão. Depois de aguardar uma ambulância, que demorava a chegar, resolveu chamar um táxi e a levou para o Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo a biografia Elis Regina - Nada Será Como Antes, escrita por Julio Maria, Samuel tentou reavivá-la, mas a demora de mais de uma hora aguardando a ambulância foi decisiva para a morte. Segundo o livro, a médica responsável pelo primeiro atendimento declarou que "os sinais mostravam que a cantora havia chegado aos seus cuidados tarde demais".



No Jornal do Almoço - RBS TV

https://youtu.be/yTRvBcVqRWI


  • "Sentimental eu fico quando pouso na mesa de um bar"




Para conhecer melhor a Elis





  • "Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens"




Onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais 

https://youtu.be/fCywYAiFg2M



No Jazz Festival Montreaux - julho 1979

https://youtu.be/_PXDamS1g0g



Vox Populi em 1978



"Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós, tenho que apagar a luz, tenho que calar a voz"



Me desculpem, mas isto não é uma homenagem...



2 comentários:

  1. Prévidi,
    tenho comigo, chumbado em minha mente, dois pensamentos perenes: um, não há, nem haverá cantora no Brasil que chegue aos pés da Elis Regina; o outro, não há, nem haverá outro música, conjugação de letra e melodia, igual à 'Detalhes', do Roberto e do Erasmos.
    A Elis pode ter nascida simples, ter uma educação e família simples, mas nunca, jamais foi uma personagem simples: ela foi plural, fenomenal, um furacão. Qual o mitológico rei Midas, em tudo que tocava virara ouro, não bruto, mas sim padrão, 99,99%, puro! Morreu a mulher, ficou o mito, e mitos são para sempre!

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  2. Que final estupido teve a Elis. Pessoas assim nao poderiam morrer jovens, tantas coisas poderia ter deixado de bom para o Brasil.
    Sobre a grandiosa homenagem que falta deve ser falta de vontade dos deputados gauchos pois ate cachorro campeiro e lembrado, ou um pacto que se arrasta ha anos de deixar a cultura morrer e o povo mais alienado.
    Tranquilamente ja poderia ser nome de avenida, aeroporto, ponte movel ou bairro de Poa.

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