O TEMPORAL DA RBS
FOI MESMO UM TORNADO!!
É claro que a informação é dos meteorologistas sérios da MetSul - www.metsul.com.
Na MetSul não tem picaretas e muito menos donos da verdade.
Para recordar:
Na noite de sábado passado, a pequena cidade de Santa Bárbara do Sul foi parcialmente destruída por ventos fortíssimos. No domingo, o programa Teledomingo, da RBS TV, mostrou imagens impressionantes - casas destruídas, carros amontoados, postes e árvores atirados no chão. Apesar de toda destruição insistiam em falar em temporal.
Qualquer criança deduz que um "temporal" não faz um estrago desses.
Mas o sábio pessoal da RBS insistiu no temporal. Na edição de segunda, a Zero Hora levantou a hipótese de que poderia ser um tornado. Hipótese. A RBS TV não dava o braço a torcer - deram várias possibilidades do que "poderia ter acontecido".
Mais ou menos como fizeram com o devastador ciclone Catarina - um dos "especialistas do tempo" da RBS chegou a debochar, dizendo que o ciclone seria um "ventinho" e que a gurizada poderia aproveitar as ondas para surfar.
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Hoje a meteorologista Estael Sias, da MetSul, escreve:
A MetSul Meteorologia concluiu que inquestionavelmente um tornado foi o fenômeno responsável pela destruição registrada no município de Santa Bárbara do Sul, no Alto Jacuí, na noite do último sábado (28). A conclusão confirma a análise técnica preliminar da empresa publicada no último domingo com base nas fotos e dados que indicavam uma faixa de destruição muito bem definida no sentido Noroeste-Sudeste na área urbana da cidade. Fotos aéreas evidenciam claramente a passagem do tornado por Santa Bárbara do Sul com uma trajetória bem definida em que se concentraram os danos estruturais severos na localidade.
A faixa de destruição tem aproximadamente 300 metros de largura, o que confirma descrição feita a partir do solo pelas autoridades locais ainda no domingo. Em pelo menos duas fotos aéreas se observa nitidamente que houve a queda de uma grande quantidade de árvores e em sentido divergente, característica clássica de tornados que não se faz presente em fenômenos como ventos lineares ou microexplosão.
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Agora a prova visual cabal de que se tratou de um tornado. Observe atentamente a imagem abaixo de plantação de trigo imediatamente adjacente à área urbana de Santa Bárbara do Sul. Nota-se, claramente, no campo um rastro transversal deixado na vegetação que foi acamada. O rastro é relativamente errático, característico de tornados, que não evoluem numa linha reta perfeita. É a foto aérea de tornado em vegetação mais nítida que se tem até hoje documentada aqui no Rio Grande do Sul.
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Análise da MetSul confirma que a maioria dos danos observados na área urbana de Santa Bárbara do Sul são consistentes com um tornado na categoria 1 da escala Fujita (vento estimado entre 117 e 180 km/h), mas em alguns pontos o nível de destruição observado é típico de um tornado F2 na escala Fujita (vento estimado entre 181 km/h e 253 km/h). O provável, contudo, é que onde o vento foi mais intenso ele tenha ficado no limite inferior a intermediário da categoria 2 com vento estimado até acima de 200 km/h, suficiente para virar e arremessar carros e camionetes, como se viu no município. É impressionante que a antena de telecomunicações que estava junto à trajetória do tornado tenha resistido assim como é alentador, pela gravidade do evento numa área urbana, que não tenha havido consequências mais graves em termos de vítimas, exceto os dez feridos relatados pelas autoridades.
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Conforme o piloto que fez o sobrevoo de Santa Bárbara do Sul para análise dos danos, destroços como telhas foram localizados a até oito quilômetros de distância da sede do município, evidenciando ainda mais a ocorrência de um tornado. Cortina de residência de Santa Bárbara do Sul foi achada sobre árvore no município vizinho de Saldanha Marinho. Tornados são capazes de levar objetos a longas distâncias, em alguns casos até a centenas de quilômetros, como nas ocorrências mais graves verificadas nos Estados Unidos. No Brasil, o melhor exemplo é o tornado F4 (vento estimado entre 333 km/h e 418 km/h) que se formou na província de Missiones, na Argentina, e após atingiu a cidade catarinense de Guaraciaba no ano de 2009. Fotos de moradores de Guaraciaba foram encontradas depois no campo no município de Aratiba, no Rio Grande do Sul, a cerca de 200 quilômetros de distância (com produção de Alexandre Aguiar da MetSul e apoio de Goamar Garcia da Prefeitura de Santa Bárbara do Sul).
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