Quinta, 8 de agosto de 2013

PORTOLENDAS

Não sei se alguém usa ou já usou a sacada do título, mas gostei muito. Está no texto do Vanderlei Malta da Cunha, aí abaixo, e vai ser a chamada sobre as "antiguidades" de Porto Alegre. Claro, sempre que chegar material, especialmente do Leo Iolovitch e do Rogério Mendelski (estranho que o Paulo Pruss e o Marcello Campos, especialistas em "antiguidades", ainda não tenham participado).
Aí vai o texto do Vanderlei:

A CURVA DO GUERINO
E OUTRAS PORTOLENDAS INSTIGANTES

Trocando e-mails com Leo Iolovitch (o que é sempre ótimo!), sugeri, que a exemplo do ele fez com o “Guerino’s Return”, também flanasse sobre outros mistérios da cidade que nos encucam desde os tempos em que Flash Gordon orbitava o planeta Mongo.
Quem, com mais de sessenta anos (tudo bem, com mais de cinquenta anos...) não ouviu falar no Cabaré das Normalistas? No Quarto de Espelhos da Mônica? Na Mãe do Badanha? No Richard Gere andando pelo Bom Fim e tomando suco de abacaxi num copo de liquidificador da Lancheria do Parque? No “Charutinho” das matinés de domingo do cinema Rosário, no Quarto Distrito? No Bonde Fantasma, cujo assovio nos trilhos nos acordava dos sonhos das altas madrugadas?
Ah! São tantas emoções envoltas em tantos insolúveis enigmas...
Mas haverá de chegar o dia em que tudo isso será finalmente solucionado e revelado em todos os seus detalhes!
No entanto, pensando bem, que graça teria se fosse tudo verdade?
Não teríamos mais com o que nos preocupar. O bom mesmo é a eterna dúvida, o não termos absoluta certeza de nada, o nosso olhar lúbrico para uma atraente dama que nos é apresentada como ex-normalista, por exemplo.
Nosso exímio cronista Léo Iolovitch alimenta essas portolendas com outro sensacional relato publicado NA NUVEM - www.olivronanuvem.com.br.
Como bem diz, ele “mata o ofídio e expõe o instrumento...”
Deliciem-se e nos chamem de mentirosos se forem capazes...
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Escrevo, agora:
Bah, cabaré de normalistas... tem, certamente, histórias em todo o Brasil, com variações. Assim como aquela de uma linha mulher, vestida de branco, que aparece nas ruas próximas a cemitérios. Conheci a casa da Mônica, mas será que existiu mesmo o Quarto de Espelhos? Oh, dúvida!!
Do bonde fantasma não tenho registro.
No início da década de 80 tinha um papo de que perto do Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre, havia uma casa só com pós-adolescentes, "todas estudantes". Uma vez, quando trabalhava na Assembleia, fui convidado por um advogado, de notável saber jurídico, respeitadíssimo na sociedade, a fazer uma visita a estas jovens. Claro que fui.
O notável advogado subiu em questão de minutos com uma "estudante". Fiquei ali, batendo papo com uma, com outra. O curioso é que todas estavam ali, prontas para subir para os quartos, cada uma com um grosso caderno na mão.
Quando conversava com uma das mocinhas, ela disse que iria ao banheiro. Dei uma rápida folheada no caderno. Não havia uma linha preenchida!! Completamente vazio!!
Perdeu toda a "magia".
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A HISTÓRIA REAL DO FLORESTA AURORA

Ontem, o Rogério Mendelski contou a história do surgimento do clube Floresta Aurora.
O jornalista Gerson Brisolara esclarece:
A história do nome da Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora está completamente equivocada.
Em primeiro lugar, o clube foi fundado em 31 de dezembro de 1872, sendo, portanto, mais antigo do que a própria abolição (e não em 1913). A entidade foi fundada por uma escrava chamada Maria Chiquinha e mais um grupo de negros forros, e foi criada com o caráter estritamente beneficente, para dar assistência às famílias negras por ocasião da morte de seus membros, que, por falta de recursos, eram enterrados em valas comuns, como indigentes.
Com o tempo, incorporou o caráter de sociedade cultural e social. Quanto ao nome, é bom lembrar que o clube nasceu em uma casa localizada na esquina das Ruas Aurora (atual Barros Cassal) e Floresta (hoje Cristóvão Colombo). Simples assim.