PORTOLENDAS
Vanderlei Malta da Cunha envia
Obrigado por ocupares o valioso espaço do teu Blog com esses meus textos
despretensiosos trocados com o brilhante Leo Iolovitch.
Esses "mistérios"
de Porto Alegre, muitos dos quais têm tudo a ver com a região da cidade na qual
nos criamos, são um tema apetitoso para sempre divertidas "polêmicas" sazonais.
Aparecem, somem, reaparecem, dotados de uma energia inesgotável e absolutamente
criativa.
São tantos os relatos que ainda nem reviveu-se o do célebre Grupo
Ivanhoé, que, ao que se sabe, teve o Mendelski como patrono.
Enfim, tudo
isso é muito bom e receba meu agradecimento pela honrosa acolhida.
Em tempo:
até que surja alguma contestação ou desmentido formal, o nome PORTOLENDAS foi
criado por mim anteontem, enquanto escrevia um e-mail para o Leo. A sua
utilização por ti, no Blog, só me envaidece.
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ATOCHADAS NÃO VALEM!
PORTOLENDAS SÃO COISAS SÉRIAS...
Verdadeiramente incrível o número de PORTOLENDAS enviadas por leitores desta cidade nos últimos dias. Excitados pela chance de súbita notoriedade e de poder gozar seus merecidos 15 minutos de fama, esses criativos escribas se manifestam aos borbotões. É como se tivéssemos cutucado uma Caixa de Pandora, tal o volume e variedade de bizarros relatos até então adormecidos nas sombras úmidas do passado.
Das duas, uma: ou todos esses relatos estariam fundamentados em evidências irrefutáveis e juramentadas ou, mais grave, seus autores fariam parte de uma confraria de atochadores, criada com certo maquiavelismo para tirar o sono dos velhinhos daqui...
Pouco a pouco, para não assustar em demasia as famílias porto-alegrenses e suas crianças tão bem educadas, procuraremos ir desenrolando em conta-gotas esse sinistro novelo de novelas.
Por serem quase todos politicamente incorretos (onde já se viu chamar-se um cidadão verticalmente limitado, de “anão”? Uma ave bípede (é claro!) desprovida de um membro motor, de “perneta”? Ou um artista das alturas com problemas de sincronismo abaixo da cintura, de “rengo”, e ainda outro com delay nas manifestações verbais, de “gago”?), alguns dos relatos assombram até insensíveis afanadores de tampas de bueiros! Convenhamos que é demais...
Preparem-se, pois, para fortes emoções nesta ciranda de memórias dos bairros da metrópole-sorriso.
Um verdadeiro circo dos horrores, senhoras e senhores!
Aliás, pensando bem, e para que seja mantida a tradicional e indispensável compostura ética deste modesto Faceblog, serão exigidas de tais prováveis atochadores as seguintes informações, sem as quais, lamentamos informar, suas portolendas não serão aqui divulgadas e muito menos publicadas: arco cronológico da época em que os aludidos protagonistas teriam atuado na região mencionada; provas materiais de sua existência física no tempo e no espaço discriminados; acareação de no mínimo três testemunhas que os tenham observado em ação e em quais situações de pleno exercício de sua cidadania puderam ser flagrados, com clareza de detalhes; sinopse básica de seus exóticos e incomuns desempenhos enquanto cidadãos, cidadãs, bovinos (ainda que mecânicos), aves ovíparas e animais pilosos em pleno exercício de seus direitos constitucionais de ir e vir, seja para onde e de onde for. Máximo de 10 linhas. Ah! Firma reconhecida em cartório, por autenticidade (dos relatores, por supuesto).
Satisfeitas essas condições, toda portolenda também terá seus direitos garantidos para vir integralmente à tona entre os vivos, finalmente.
Olhem só que barbaridades!
Almídio, O Ventríloquo Gago da Azenha
O Tamanduá Albino do Lami
Camongo & Dongo – Os Quase-Gêmeos do Sarandi
Gelásia, A Vampira Diabética da Tristeza
O Bugio Tatuado do Moinhos de Vento
O Exorcista Vegetariano do Menino Deus
O Padre Lambreteiro do Passo D’Areia
O Anão Mascarado do Jardim Lindóia
Biba, A Avestruz Perneta da Glória
O Saci de Duas Pernas da Restinga
Sarita, A Dama das Castanholas do IAPI
O Açougueiro Sonâmbulo da Auxiliadora
O Equilibrista Rengo do Partenon
Bojunga, O Palhaço Triste do Bom Fim
Jacinta, A Garotona-Fantasma de Ipanema
O Touro Mecânico Premiado da Expointer
Com certeza, nesta Porto Alegre rumando para a Copa, o metrô e a Avenida Tronco ainda são miragens, mas em abundância de portolendas já somos indiscutíveis ban-ban-bans...
Alea Jacta Est, nobres colegas! (Vanderlei Malta da Cunha)
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AVENIDA BORGES DE MEDEIROS, 1965
- via Nilton Fernando, FB
(clica em cima que amplia)
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PERGUNTINHA
É verdadeira a história do "Tesouro do Morro do Cemitério"?
Essa foto não é de 1965 e sim de 1960 ou 1961. Em 1965 não se via mais ônibus com o motor semelhante ao de caminhão, para fora da carroceria. Lembro bem, pois na época eu já era bem crescidinho, rsrsrsrs
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