Jamais troquei de lado.
Por quê? Eu não tenho lado.
Ou melhor, o meu lado sou eu
...
ANDO DEVAGAR
PORQUE JÁ TIVE PRESSA PRESSA
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ANDO DEVAGAR
PORQUE JÁ TIVE PRESSA PRESSA
Escreva apenas para
Esta ilustração pertence originalmente ao livro ´The Beatles: Illustrated Lyrics Volume 2 (1971), do inglês Alan Aldridge (1938-2017). Eu possuo o volume 1 na edição alemã e este segundo e último nas edições francesa e espanhola.
Jamais foram editados em Português. O volume 1 (edição alemã) eu encontrei em Buenos Aires em 1969, logo depois do lançamento, numa livraria da rede Hachette. O volume 2 comprei em Paris em 1973, e a edição espanhola também em Buenos Aires, no lançamento, em 1971.
A capa do Livro 1, de 1969
Vanderlei Cunha nasceu em Porto Alegre, em 20 de agosto de 1948. É formado em Jornalismo pela Famecos Puc-RS e estudou no Colégio Rosário.
Sempre esteve ligado à música e duvido que tenha um pesquisador, aqui no RS, com a sua bagagem.
Hoje, trabalha na Assessoria de Imprensa e Comunicação Social da EducAR Intercâmbios.
Tem entrevistas antológicas, que foram ao ar pela Rádio Cultura de São Paulo.
Vanderlei é casado e tem duas filhas, Carol e Juliana.
(São três filhas, ele me corrige: "A Carol, a Juliana e a Ana Paula".)
Em 10 de abril de 2020:
IT WAS FIFTY YEARS AGO TODAY
Aquela manhã de 10 de abril de 1970 foi triste, rapazes.
Um de vocês já tinha falado que o sonho acabara.
Abri o ´Correio do Povo´ e aquilo que parecia impossível aconteceu.
Cinquenta anos se passaram daquele dia na vida e é como se vocês continuassem novinhos em folha, here, there and everywhere.
Sim, o tempo passou na janela, mas para nós é como se não tivesse passado.
Vocês provaram que décadas e décadas nada significaram para quem as venceu e se tornou imortal.
Saudade, muita saudade, boys. Parece que foi hoje.
E vossa banda continua a tocar para sempre, com seus clarins rompendo uma aurora beatle que anuncia, em alto e bom som, Good Morning! Good Morning!
Uma montagem muito legal
Pouco antes do fim
Lembro que meus pais assinavam e colecionavam revistas semanais como O Cruzeiro e Manchete. Detonei muitos exemplares dessas coleções recortando tudo que me chamava a atenção. Essa mania cresceu comigo e me tornei um acumulador light de papéis, recortes, depois discos, revistas, fitas de rolo, etc. Na década dos 60 eu já estava em ação. Não jogava nada fora, nem bula de remédio...
Abaixo, registros de algumas das peças que cedi para a Beatlemania Experience, mega exposição que foi vista nas principais cidades brasileiras entre 2016 e 2019 e que estiveram expostas ao lado de outras pertencentes aos acervos de hard collectors convidados de várias partes do país.
ENCONTRO COM ELEANOR
Em julho de 2008, passeando por Liverpool, minha filha Carol W Cunha quis conhecer lugares mágicos da cidade dos Beatles, como o Cavern Club, o Orfanato do Exército-da-Salvação Strawberry Field, a casa de John Lennon na Newcastle Road, a rotatória Penny Lane e, é claro, a Igreja de St.Peter, seu salão paroquial, o Church Hall (onde conversou com o Sr. Dave, testemunha septuagenária do primeiro encontro de Paul e John e que ainda cuida do local) e o lendário túmulo de Eleanor Rigby, do qual ``afanou``, como souvenir, três preciosas pedrinhas ornamentais verde-esmeralda...
Tanto quanto a canção imortal que protagoniza, Eleanor Rigby cumpre o áureo destino de viver para sempre, protegida em seu descanso quase secular pela presença amorosa de visitantes de todos os lugares, em cada um dos dias dos últimos e dos próximos 50 anos...
A Caverna também pode ser chamada de o Big Bang do Pop |
A casa de Lennon em Newcastle Road. |
Placa no Church Hall da St. Peters, lembrandoo primeiro encontro de Lennon e McCartney. |
À CAÇA DE RELÍQUIAS ESQUECIDAS
Há quatro anos, consultando meus beatle arquivos à procura de raridades para enviar à exposição Beatlemania Experience, a pedido de Lizzie Bravo e Beth Reichmann, integrantes da equipe organizadora, encontrei este recorte solitário de jornal, mas de relevante interesse histórico, publicado na edição de 31 de maio de 1967 do Correio da Manhã, do Rio de Janeiro.
´Sergeant Pepper´s Lonely Hearts Club Band´ seria lançado na Inglaterra um dia depois, em 1º de junho, e a BBC, que já possuía uma cópia promocional de divulgação, proibiu a execução de uma das obras-primas do disco, A Day In The Life, alegando que a letra fazia alusão ao consumo de drogas.
A frase ``I'd love to turn you on`` (´´Eu adoraria virar a sua cabeça´´) foi o suficiente para a conservadora estatal radiofônica britânica ver pelo em ovo e vetar a música em sua programação geral, incluindo TV.
Com o impacto mundial do Sargento Pimenta e seu Clube dos Corações Solitários, a BBC voltou atrás algum tempo depois e liberou a canção que já nascera com o destino traçado de clássico pop absoluto.
Parece que foi ontem, mas já se passaram 53 aninhos dessa primeira e única censura aos Beatles conhecida, sobre um sonho depois de se fumar um ´baseado´.
Segundo o amigo jornalista Jamari França, carioca com notável expertise em Beatles, ``a emissora não implicou com ´Lucy In The Sky With Diamonds´, totalmente alucinógena.´´
E, com ´Pepper...´, Lennon poderia ter dito que ``o sonho começou...``
A MÚSICA ILUSTRADA DOS BEATLES
Alan aos 31 anos |
O próprio Aldridge explicou, na abertura de seu livro, a motivação que teve para realizar "As Canções Ilustradas dos Beatles".
(...) Os Beatles foram os padrinhos do Pop: Pop como música e como estilo de vida... Desenvolveram a sua música de tal modo que acabaram por se transformar numa fascinante história social de nossa geração e de nossa cultura.
Foi este, precisamente, o fato que me deu a ideia para fazer este livro.
Foi a partir de 1967 que comecei a entender a profundidade dos textos de suas canções: era a época do ´Sergeant Pepper´s e eu estava numa festa, quando alguém sussurrou-me ao ouvido que "Lucy in the sky with diamonds´ ´era um legítimo sonho provocado pelo LSD"...
Bem, canções com textos estranhos já não eram novidade, porém, as múltiplas interpretações sobre as músicas do ´Sergeant Pepper´s´ impressionaram-me de tal maneira que comecei a ler todas as letras dos Beatles, procurando e estudando todos os seus possíveis significados.
Os versos da maioria das canções estavam repletos de imagens surrealistas e como eu processava o mesmo estilo, só que desenhando, resolvi fazer uma entrevista com o autor desses textos, que era Paul McCartney.
Esta entrevista – publicada com ilustrações minhas – provocou um dilúvio de cartas dos fans e, ao mesmo tempo, foi uma pré-estreia do meu trabalho neste livro.
Os nossos 43 colaboradores receberam listas nas quais assinalaram as canções que desejariam ilustrar. O serviço não levou muito tempo para ser feito, pois todas as músicas estavam em boas mãos.
Da mesma maneira que as canções dos Beatles encantam os ouvidos, este álbum foi feito para encantar os olhos e para provocar um sentimento de fantasia...
Pegue um texto e faça uma ilustração. Isto não é novo e, inclusive, já possui uma longa tradição: há muito tempo, artistas já ilustravam poemas e trechos da Bíblia, e foi justamente isso o que nós aqui fizemos... Em certo sentido, os Beatles são uma religião: o que eles dizem e o que eles fazem e são anima fortemente as pessoas...
Eu vejo, na música e nos textos dos Beatles, um poderoso trampolim para a fantasia! Não importa quão boa ou quão má seja a sua poesia: ela é única em sua provocação e multivariação. E todo artista sonha com isto.
Em resumo, este livro se destina a ser alguma coisa mais do que uma simples coleção das canções ilustradas dos Beatles. Em meus olhos, ele é o retrato da década de 60...
Por tudo aquilo que eles trouxeram de bom para a sua geração, queremos que este livro sirva para iluminar um pouco a sua arte, o seu emocionante trabalho.
O Volume 2 de "The Beatles: Illustrated Lyrics" foi lançado em 1971 e obteve a mesma repercussão deste primeiro. Alan Aldridge faleceu em 2017, aos 78 anos.
Curiosidade – Em 1975, Aldridge ilustrou a capa do álbum "Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy", de Elton John, com ele e seu piano cercados por criaturas exóticas, surreais e fantásticas.
Algumas ilustrações de Alan:
Só sei que a Renata Vasconcellos fica mais bonita ainda quando ela dá alguma notícia contra o governo bolsonaro.
ResponderExcluirVida longa ao blog!
Prévidi,
ResponderExcluirHumanamente impossível não se chegar às lágrimas!
Que presente lindo de fim de semana. Eleanor Rigby com essa orquestra da Índia, Deus meu.
Caro Vanderlei Cunha, obrigado pelo presente, mesmo que tenhas me feito chorar!
Saindo do tema da postagem: sabes alguma coisa a respeito da Rede Pampa ter sumido da Internet?? Desde Sexta-feira,, 17, não consigo acessar a página das emissoras de rádio da empresa.
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