COMO NÃO PUBLICAR ISTO?
Claro, do Paulo Motta (http://ascronicasdapilulalilas.blogspot.com.br/).
MINHAS FÉRIAS
Nas minhas férias em São Borja, fui com o papai e a mamãe para o sitio do vovô que viu a vulva da vovó e brinquei com Olavo e Élida com as galinhas do vovô Mitá. Pura e deslavada mentira! Quando em férias do Colégio Santa Maria, dos irmãos maristas rigorosíssimos, tanto que me pegaram botando bitucas de cigarro nos dedos da estátua do Champagnat e chamaram meu responsável.
Levei o Gordo Sérgio, que tinha uns 22 anos, mal-encarado e o pai dele tinha um bar. Disse que era meu tio. Aí o irmão Zé Colméia falou um monte de coisas ruins a meu respeito e ele prometeu - me olhando com ódio - chegar em casa e acertar as contas comigo. O irmão ainda pediu pra ele não usar de violência. Saímos dali e fomos pro bar do Gordo Sérgio encher a cara. Que gente sem senso de humor e ingênua, bá!
Numa chuvosa noite de verão - vocês verão - samborjense, nos enfiamos em alegre e bêbado bando, no Corcel 4 portas do Geraldino Ferreira Paz, o Dininho. Getulio Ferreira da Costa, o João Henrique Ferreira Paz mais conhecido por Cascão, o Capincho, o Burro Branco Ramos e eu, rumo à Vila Alegre.
Bem, aqui se faz necessária uma pausa para contar pra vocês o que era a Vila Alegre. Em breves palavras, o baixíssimo meretrício. Uma aldeia ao lado do cemitério com choupanas cobertas de capim e, algumas mais sofisticadas, de material.
A chuva era de fazer cachorro beber água de focinho pra cima! Naquele atoleiro, entramos no mal-afamado Beco do Resbalo, e adentramos na Boate Chantecler, chão batido, onde tocava o conjunto Os The Bigs, que se resumia numa guitarra, a bateria e uma corneta fanha. Quem tocava bateria era o Bilboquê, que fazia jogo do bicho pro finado Labreia.
O chinaredo era a fina flor da feminilidade, com batom bem vermelho, um perfume da Coty que, mesclado com outros cheiros, entorpecia os sentidos.
E, como não poderia faltar, um borracho xaropeando todos, pedindo uma garoa com vento pelas costas. Bêbado, quando resolve encher os tubos é infernal! E esse estava além dos limites que permitem as leis da embriaguez. Encheu tanto, até que um cara de lenço no pescoço, se levantou e deu uns cascudos no chato.
Mas mamau é mamau, levantou e foi tourear o cara, louco por mais uns cascudos. Só que aí a coisa enfeiou, o homem dos cascudos puxou um facão três listras e largou-lhe uns quatro planchaços no lombo do enjoado e atirou ele lá no meio da rua, no barral. Todos correram pra ver o bêbado, estirado na rua, gritando: "Me mataste, fiadumaputa, me mataste!".
Com essa resolvemos ir ao bar do Casemiro, que ficava entre a Chantecler e a Boate Zingará. O bar do Casemiro servia o melhor bife com ovos de toda a Grande São Borja! Inigualável. Só não podia entrar na cozinha do Casemiro, senão a fome passava!
Vou até a frente ver a paisagem e voltarei mais tarde, após trofo posto, poste postal, certo? Nem eu entendi essa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário