Injustiça!!
Clóvis Heberle - Jornalista
Durante toda minha vida tenho cometido uma enorme injustiça para com os empresários, especialmente os brasileiros.
Talvez por ser do contra e sempre procurar o lado negativo das coisas - mania de jornalista - achava os empresários egoístas, argentários, selvagens, que só tinham um objetivo na vida: acumular, acumular, acumular. E se ralassem os seus funcionários, ganhando salários vis e ainda por cima, em muitas empresas, chamados de "colaboradores" ou "associados".
Teve que acontecer esta tragédia com o filho do governador Sérgio Cabral para eu me dar conta, mesmo tardiamente, do meu erro. Fiquei sabendo que dois dos mais respeitados empresários deste país, Eike Batista e Fernando Cavendish, generosamente emprestaram respectivamente jatinho e helicóptero para que Cabral e família pudessem ir até o sul da Bahia para descansar, depois de semanas de incomodação, principalmente com os ingratos bombeiros cariocas. Imagino que a est adia num condomínio de luxo em Trancoso também tenha sido proporcionada, sem custos, à família Cabral.
Elementar: estes e tantos outros homens de negócios do país e do mundo observam o preceito cristão de não fazer alarde de sua caridade. Por exemplo: se não fosse a divulgação dada pelo ex-presidente Lula não saberíamos que empresas do país e do exterior chegam a pagar 500 mil reais por uma palestra. E não me venham com aquelas maldades urdidas na imprensa golpista de que Lula quer, com isto, legalizar alguns milhões que teria recebido sem contabilização durante os oito anos de presidência. Divulgar quanto ganhou é pura gratidão, motivada pelo seu espírito puro. Li que Lula, a pedido de uma dessas empresas, a sueca Tetra Pak, defende o barateamento dos impostos sobre as embalagens de leite para que as crianças brasileiras possam se alimentar melhor. É claro que com embalagens a preços mais baixos o leite também vai ter preços mais acessÍ ?veis.
E falando em ex-presidentes, aproveito para lembrar outro injustiçado: Fernando Collor, tão criticado quando, no exercício da presidência, aceitava convites para passar fins de semana em lugares paradisíacos a convite de amigos endinheirados.
A partir de agora vou encarar de outra maneira estas demonstrações, quase sempre anônimas, de generosidade.
Esses "empresários" que de forma anônima contribuem para o bem estar das "autoridades" deveriam receber condecoração de grandes beneméritos pois prestam um enestimável serviço ao país.
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