Brasileiros estão na Vinexpo
Estreantes na Vinexpo há dois anos, os jovens e vibrantes vinhos brasileiros voltam à feira em Bordeaux, na França, de ontem até a peóxima quinta, com sólidos resultados alcançados no período e a perspectiva de aumentar em 90% suas exportações em 2011. Organizada pelo projeto Wines of Brasil, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a participação brasileira na Vinexpo 2011 conta com sete vinícolas: Boscato, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Pizzato, Salton e Vinibrasil.
Uma série de conquistas, obtidas desde que o Projeto Wines of Brasil participou pela primeira vez da mais famosa feira do setor, reforça a projeção, entre elas: um salto superior a 100% nas vendas para países estratégicos e 246% no valor médio do litro exportado, a crescente obtenção de prêmios internacionais, que hoje chegam mais de 2.350, o reconhecimento de grandes especialistas e a inclusão dos rótulos brasileiros em alguns dos mais renomados restaurantes do mundo.
No primeiro trimestre deste ano, as exportações de vinhos engarrafados do Brasil cresceram 144% em relação ao mesmo período de 2010. Somente na London International Wine Fair, realizada em maio, a prospecção de negócios das vinícolas do Wines of Brasil para os próximos 12 meses alcançou US$ 1,7 milhão, o equivalente a 38,6% dos US$ 4,4 milhões previstos para o total de exportações deste ano.
Ação na feira
Para atrair a atenção dos mais de mil jornalistas do mundo inteiro credenciados na Vinexpo será sorteada uma visita à região produtora de vinhos do Brasil entre os profissionais que visitarem o estande do Wines of Brasil na feira.
Outra ação do Projeto – desta vez nas redes sociais – está agitando a Vinexpo. Quem visita o estande brasileiro é convidado a responder a pergunta “Como os vinhos brasileiros surpreenderam você?” As respostas devem ser enviadas via Facebook (facebook.com/brazilianwines) e Twitter (#brazilianwines). O melhor comentário de cada dia renderá ao participante um saca-rolhas Laçador, símbolo dos vinhos brasileiros criado pelos Irmãos Campana e comercializado pela Tramontina.
Mercados
Em 2010, o Reino Unido passou a ser o maior importador de vinhos do Brasil, em transações que movimentaram 385% a mais do que no ano anterior. Tomou, assim, o lugar até então ocupado pelos Estados Unidos, hoje o segundo maior comprador dos rótulos brasileiros. No terceiro posto, ficou a Holanda, e a Alemanha foi o quarto colocado.
“O bom desempenho nesses países é resultado direto das nossas ações de promoção, como a participação em feiras, a realização de eventos de degustação e o desenvolvimento de produtos específicos para esses mercados, com base em pesquisas junto aos consumidores”, explica Andreia Gentilini Milan, gerente de Exportações do Wines of Brasil.
Também em 2010, o valor médio por litro exportado pelas empresas que lideram o ranking das exportações brasileiras cresceu 63%, o que, segundo Milan, indica que o Brasil está vendendo produtos de maior valor agregado. “Ampliamos, diversificamos e consolidamos a presença dos vinhos brasileiros nos mercados-alvo escolhidos”, comemora.
Reconhecimento
Sintonizados com as tendências mundiais do setor, os vinhos e espumantes brasileiros vêm sendo cada vez mais apreciados por seu frescor e seu menor teor alcoólico. A prova disso é o número recorde de medalhas conquistadas em prêmios internacionais neste ano.
No International Wine Challenge 2011, realizado em maio em Londres, o Brasil apresentou apenas 36 amostras e praticamente 70% delas conquistaram medalhas, inclusive a primeira de ouro, dada ao espumante Grand Legado Brut Champenoise, da vinícola Wine Park.
Elogiados por críticos internacionais renomados, como Oz Clarke e Charles Metcalfe, os espumantes brasileiros fazem sucesso até no país do champagne. Nos concursos da França, conquistaram 11 prêmios apenas nestes primeiros meses de 2011, com destaque para três medalhas de ouros no Vinalies Internationales 2011 (conquistadas pelo Aurora Espumante Moscatel Rosé, da Vinícola Aurora, pelo Garibaldi Espumante Moscatel, da Vinícola Garibaldi, e pelo Ponto Nero Espumante Brut, da Domno do Brasil). Os tintos e brancos brasileiros não ficaram atrás e levaram um total de nove prêmios nas competições francesas realizadas até agora.
Para o britânico Oz Clarke, o Brasil tem os espumantes moscatéis “mais fantásticos do mundo”. Eles são puro prazer e de alto padrão, com uma linda versão de vinho branco moscato exclusiva, com acidez alta e lindo perfume de fruta. E os charmats elaborados com chardonnay e pinot noir também são muito bons”, afirmou o crítico em seu sitewww.ozclarke.com.
Espaços nobres
Para completar um trimestre cheio de conquistas, os vinhos brasileiros chegam às cartas de alguns dos restaurantes mais conhecidos de Londres – e do mundo. O Fifteen, do chef Jamie Oliver, acaba de incluir em seu cardápio um merlot e um pinot noir da Miolo, enquanto os japoneses Zuma e Roka passaram a oferecer o terceiro vinho da Lidio Carraro em sua carta, o tinto Elos Touriga Nacional/Tannat.
O Brasil também está entre as opções do River, do Hotel Savoy, com os rótulos Dádivas Chardonnay, da Lidio Carraro; Gran Reserva Cabernet Sauvingon, da Casa Valduga; Tannat, da Pizatto; e o espumate Cave Geisse Brut Rosé, da Geisse.
A foto eo texto é do Orestes de Andrade Júnior.
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