Ferro e Mais Ferro - 13 de julho

Por que votar com urgência a compra de um imóvel?
(direto de São Leopoldo)

Antonio Barcellos*

Anos atrás a oposição condenava violentamente as mega-decisões tomadas no apagar das luzes dos mandatos nacionais, estaduais e municipais, sob alegada suspeita de interesses outros embutidos. O tempo passou e hoje a ex-oposição é a situação nas três esferas. Pois parece que esse tempo foi esquecido e a técnica de governos como Sarney, Collor, FHC, Britto, Rigotto e Yeda foi muito bem assimilada.
Coisas pelo menos estranhas começam acontecer em São Leopoldo, que estão gerando mobilização especialmente pelas redes sociais da Internet.
Há mais de um ano a Prefeitura se debate na Justiça para a preservação de 263 CCs na administração pública, a um custo milionário (cerca de R$ 160 milhões em cinco anos) e 88 CCs no Semae, valores mais do que suficientes para a construção de dois hospitais públicos em bairros do Município, descentralizando e ampliando os atendimentos do nosso precário Hospital Centenário. A decisão do Judiciário é questionada pelo outro poder, o Executivo, o que soa muito mal.
Em seguida tivemos uma obra de R$ 150 mil para a calçada central das duas últimas quadras na Rua Grande. Foi uma espécie de ensaio da reação pública. Somos pacatos, ninguém se manifestou e a Câmara, ora, a Câmara...
Diante do nosso apagão, foi anunciada uma obra de R$ 11 milhões para troca da calçada nas quadras restantes da Rua Grande. Isso que foi toda restaurada há cerca de 8 anos. Pergunto? Quem dos senhores leitores troca sua calçada da casa a cada 8 anos? Alegaram falta das mesmas lajotas. Uma piada.
Tivemos a definição da construção da nova Prefeitura numa região central conturbada, sem a menor preocupação com as características históricas do entorno, numa cidade que se diz berço da colonização alemã.
Agora um pedido de urgência à Câmara para votar uma compra de imóvel de R$ 7 milhões, cuja maior parte será paga pela futura administração municipal, visando a construção de um centro de eventos . A sociedade se pergunta a razão da pressa, mas o Executivo não tem o menor interesse em discutir o assunto. Curiosamente o projeto foi encaminhado às pressas à Câmara, na ausência do prefeito titular (em missão no exterior). Seria para se poupar do desgaste político previsto pela estupidez da proposta? É a quota de sacrifício imposta ao prefeito substituto para colocar sua assinatura no livro de prefeitos da cidade?
Certamente ninguém é contra a construção de um centro de eventos, mas uma área de esportes com piscina olímpica e demais estruturas esportivas não seria mais própria para uma moderna área pública de esportes, para estudantes da rede pública, por exemplo?
É isso o que se quer discutir, e não que nossa Câmara vote mais uma vez de afogadilho, de cabresto e sem autonomia pelo que lhe é exigido do outro lado da praça.
Pelo visto, estes últimos meses de administração municipal prometem muitas emoções, ao menos no campo da falta de representação democrática. São atos que comprovam que todo aquele cinema de democracia participativa era, na verdade, puro fogo de palha. O vento levou.

* Antonio Barcellos é jornalista - antoniobarcellos@hotmail.com

2 comentários:

  1. Não por acaso a administração de Canoas é PT ????
    Que novidade !!!!!!!!!!

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  2. Prévidi, a votação é hoje. Vai ser aprovado por que a base do governo é de 11 x 2 na Câmara SL.
    A proposta é muito curiosa? COMPRAR um centro de esportes equipado com piscina olímpica, pistas, quadras, e o escambáu, para destruir tudo, usar só o terreno para construir um centro de eventos. Tem tanto terreno MUITO mais barato, sem construção, mas eles querem aquele. POR QUE SERÁ?
    Antonio Barcellos , jornalista

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