Na real, Parlamentarismo
Escreve o jornalista e advogado Luciano Ramos. É assessor de imprensa do deputado federal José Stédile - PSB/RS.
Veja como o mundo é engraçado e a vida é interessante e divertida.
Em 1989, no alto dos meus 18 anos de “experiência”, acompanhei um grupo de políticos que defenderam o Manifesto Liberal no Brasil e apoiamos a Monarquia e o Parlamentarismo no plebiscito realizado naquele ano. Uma destas importantes personalidades era o ilustre procurador da Assembleia Legislativa, Dr. Fernando Bolzoni.
Nós que éramos do então legítimo e puro PL, Partido Liberal presidido pelo falecido deputado Álvaro Vale, fomos derrotados pela chamada “esquerda” deste País e venceu a República e o Presidencialismo (o que manteve o senhor José Ribamar Sarney como Imperador eterno do Brasil).
Hoje, que estou filiado ao PSB e apoiando governos do chamado campo democrático e popular, para minha surpresa, vejo estampado em belas fotos a mais legítima representação do sistema parlamentarista de governo com a entrada em cena do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como verdadeiro primeiro-ministro do governo da presidente Dilma Rousseff, negociando com o Congresso Nacional a aprovação do Código Florestal como quer a União.
Dispensável lembrar que no Parlamentarismo, um membro do Parlamento é escolhido por seus pares para ser o chefe de Governo e este é o responsável pela articulação política com o Poder Legislativo, cabendo ao presidente que é eleito pelo voto popular, o papel de chefe de Estado e no Presidencialismo esta função é exercida única e exclusivamente pela presidente, eleita pelo voto.
Ora, se dona Dilma chama Lula para fazer a interlocução com o Senado, Lula dá palpites e chama a atenção dos ministros, estamos ou não vivendo um Parlamentarismo onde só faltou dar um mandato parlamentar para legitimar as ações de Lula?
Poderiam desarquivar aquele projeto que previa uma cadeira de senador vitalício para os ex-presidentes da República e aí sim, o Congresso mudaria a Constituição e elegeria Lula como primeiro-ministro, tornaria de direito uma situação que parece estamos vivendo de fato.
Nenhuma crítica a decisão de Dilma e nem a intervenção de Lula, apenas comento a título de curiosidade pelo inusitado dos fatos, pois o mesmo PT que hoje governa, abominava o Parlamentarismo.
Ainda bem que as coisas mudam.
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