O QUE VIROU O BAIRRISTA??
Posso estar errado, mas fui um dos primeiros - quem sabe, o primeiro - a divulgar O Bairrista. Praticamente publicava todos os dias uma chamada e dava o link.
O site virou moda por vários motivos. Até mesmo pela babaquice de alguns gaúchos se acharem superiores.
O tempo foi passando e não achava mais graça.
Comentei com um amigo e ele lascou:
- Tu acreditas que pode dar certo um site que só conte piadas de português ou de papagaio?
Era isso.
Pelo menos, pra mim, encheu o saco.
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O negócio de O Bairrista degringolou mesmo quando a Rádio Gaúcha entrou na jogada.
Há um tempo ouvi o Pedro Ernesto, apresentador do Sala de Redação, lendo duas chamadas do Bairrista e não se ouviu uma risada e nem mesmo um esboço de sorriso de um dos participantes do programa.
Alguma coisa estava errada.
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No ano passado estava considerando tão babaca O Bairrista, que fiz alguns posts com o Anti-Bairrista. Uma brincadeira, que alguns gaúchos, barristas de verdade, detestaram e me pediram para parar. Como não gosto de pequenas brigas, parei.
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No sábado, agora, fui dar uma olhada. Deu até pena do "humor".
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Até que na sexta passada li no www.adonline.com.br o texto abaixo.
Mais do que explicado.
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Robert McKee e o dia
em que O Bairrista perdeu a graça
Duda Tajes, publicitário
Quando eu estava morando em São Paulo, tive a sorte de participar do seminário Genre, do Robert McKee. O cara é realmente mestre contar histórias e sabe absolutamente tudo sobre como escrever bons roteiros. Tanto que um montão de alunos dele ganharam Oscars, Globos de Ouro, Emmys e o escambau. Por quatro dias, ele dissecou quatro gêneros de cinema: terror, suspense, comédia e histórias de amor. Durante a manhã, ele explicava cada elemento do gênero. Depois do almoço, rodava um filme e ia parando para mostrar como aquele roteiro era perfeito dentro dos aspectos discutidos antes.
Comédia era o tema do terceiro dia. O filme que ele exibiu foi "Um Peixe Chamado Wanda".
Nas discussões finais, Mckee falou que a mente cômica é furiosa, que o riso é uma forma de ataque às pessoas e instituições que o escritor/humorista odeia. E que é impossível fazer piada com o que a gente gosta.
O exemplo era o próprio John Cleese. Um sujeito que odiava a Inglaterra e os ingleses quando escreveu Um Peixe Chamado Wanda. Nove anos de terapia depois, sem ódio no coração, fracassou ao escrever Fierce Creatures (não vi e não sei o nome em português). Mister Robert dedicou alguns minutos descrevendo o tamanho da porcaria que era o filme.
Pensei: "bah, é mesmo".
E onde O Bairrista entra nessa história?
Entra no momento em que um gorducho da região metropolitana, provavelmente enojado das manchetes da Zero Hora, criou um perfil em redes sociais que escancaravam o ridículo dos donos da opinião pública no RS. Um cara que eu seguia no Twitter e curtia no Facebook pela ironia, pela inteligência e pelo ódio ao mainstream.
O problema é que ele começou a ser seguido pelos verdadeiros bairristas. E acabou comprado pela RBS.
Um por amor. Dois, por dinheiro.
Acabou-se a crítica.
E virou mainstream. Juntou amigos grandes e gordos pra ameaçar quem o criticava, "prejudicando os negócios" dele. Tenho um amigo que pode comprovar isto.
Por dinheiro, passou a amar quem era motivo de piada.
Foi-se o ódio.
Perdeu a graça.
A mente cômica é furiosa e não pode ser comprada, sob o risco de deixar de ser cômica.
Eu não sigo mais O Bairrista na Twitter, nem curto no Facebook.
E se ele vier sozinho me ameaçar, caio dentro sem dizer que sou faixa marrom de Full-Contact.
Com o ódio que corre nas minhas veias e que ele já não tem mais, acho que compenso a diferença de altura, de peso, e quebro ele. ;)
Pedro czarnina diz :
ResponderExcluirEsse cara começou a naufragar pelo coloradismo... Só babaca colorado não via isso... Idzie do Dupa!!! ( em bom polonês )
ele é tão babaca que na verdade ele é gremista, como as pessoas são bem informadas!!
ResponderExcluirPerdeu completamente a graça e, no sala de redação, beira o ridículo!
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