Bom Dia!! Segunda, 23 de setembro de 2013

CACHORRO QUENTE:
OS MELHORES EM PORTO ALEGRE

Antes, comunico a quem interessar possa que está constituída a CONFRARIA DO CACHORRO QUENTE - CCQ. Tem até uma fanpage (no Facebook) com o mesmo nome. Ainda não nos reunimos, porque estamos naquela fase de definições sobre a iguaria. Já existem algumas normas. Por exemplo, não se admite ervilha e milho. No entanto, dúvidas cruéis: Qual o melhor tipo de pão? Molho, sim ou não? Maionese? Oh, God!!
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Por isso resolvi fazer uma breve história do cachorro quente em Porto Alegre.
Sou do tempo em que a gente gostava muito de ir a Ipanema para tomar banho no rio e comer cachorro quente.Pra mim era o melhor programa. Morava no Rio, mas passei muitas férias por aqui.
O cachorro quente de Ipanema era simples, como deve ser: pão cacetinho, pequeno, uma salsicha, mostarda e quetichupe. Alguns ofereciam molho de tomate.
E era vendido assim:


No detalhe:


No cesto, o vendedor levava o pão e as bisnagas. Na lata, com brasa de carvão, as salsichas e, alguns, o molho.
Inesquecível!!
Hoje, seriam proibidos pelas "saúdes" da vida. Mas jamais soube de alguém que passou mal em razão de um desses.
(A foto, sem crédito, é um cartão postal editado pela Câmara Municipal de Porto Alegre com apoio cultural do Sinduscon-RS. Não tem data)
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Parêntesis.
Me criei no Rio e era fanático por alguns CQs. O das Lojas Americanas era muito bom e igual em todas as lojas que conheci. O BOB's também tinha um maravilhoso. E por toda a cidade tinha o cachorro da Geneal - existe até hoje. Mas na década de 60 eram centenas de carrocinhas - umas com motor, tipo romiseta - e os ambulantes.
Olha:




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Voltando a Porto Alegre.
Adolescente, comi muito CQ no entorno do Mercado Público e do Abrigo dos Bondes. Ia sempre com um querido primo, que já se foi, José Antônio Goulart. Era um exagerado. Comia 3, 4. O primeiro ele sempre pedia com tudo que tinha direito - já começavam a ter opções como saladas, queijo ralado e maionese. Ele pegava o bruto e passava a língua por cima e mandava primeiro os "temperos". Os caras das carrocinhas ficavam emputecidos quando ele pedia para "reforçar". Eu já era ortodoxo: molho e mostarda apenas.
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Noa anos 70, o mais famoso de todos:



Claro que não foi o primeiro cachorro quente de Porto Alegre. De repente, o primeiro de loja. Sei lá.
Mas eu não gostava muito.
Era fã, mesmo, de um que tinha em um barzinho na avenida Venâncio Aires. Em frente ao prédio em que morava, o 495 (Edifício Pirajá). Chamava-se Cachorro Pastor - o Rogério Mendelski é um dos poucos que sei que era um apreciador. Com molho, uma espessa fatia de muçarela (é assim mesmo que se escreve) com um pouco de orégano. Maravilha!!
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Surgiram muitos cachorros que ficaram famosos, especialmente nos anos 80.
Muita porcaria também. Inventaram até de colocar repolho. Argh!!
Alguns resistem até hoje e até oferecem franquias. Mas não valem nada!!
Olha, de todos que estão aí, famosos, fico com esse - quem sabe,o mais popular. Na Galeria do Rosário.
Dá para comer - é só pedir o básico. Lá, gosto com molho, mostarda, maionese e ovo picado. Duas salsichas. Preços populares. As batidas são famosas e feitas no balcão.


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Hoje, não gosto de modernismos com o nosso cachorro quente.
Um exemplo, é este da rua Sarmento Leite, quase com a avenida Lima e Silva, o Dudu's, auto-intitulado "o melhor do mundo dos hot dogs":



O detalhe do mais caro:


Ainda vou entrar lá e pedir um apenas com salsicha de vitelo, molho e mostarda. Periga não me venderem.
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Para encerrar:
Em homenagem aos ortodoxos, aí está ele!!



Mais ortodoxo impossível. Molho e um preparado com mostarda. O pão é delicioso, crocante. A salsicha não é nenhuma brastemp, mas é honesta - Lebon. Pelo menos não tem gosto daquelas que tem "carne mecanicamente separada de aves".
Para quem ainda não sabe que este é o CQ da Princesa, aí vai a fachada:


Isso, mesmo, ainda o melhor, desde 1960, como diz lá em cima, do lado esquerdo.
É caro, R$ 6,50, mas vale a pena.
Na subida da Rua da Praia, antes de chegar a rua Senhor dos Passos.
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Agora, para encerrar, mesmo.
Não tenho foto, mas é o que faço em casa.
Percorro sete mares para encontrar a Salsicha Ceratti - em algumas lojas do Zaffari, as vezes, se encontra. Sempre levo para Oeisis International, porque gosto muito do pãozinho do súper Rost. Faço um molho com alho, cebola e tomates sem sementes. Tudo frito no azeite de oliva e ao final um pouco de água. E mostarda. Ou a French's ou a Reine de Dijon (ambas no Zaffari). Vez que outra uma fatia de muçarela derretida.
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E, por favor, cachorro quente de verdade SÓ pode ser saboreado com Coca ou guaraná!!

13 comentários:

  1. Brilhante pesquisa! Recentemente tive a oportunidade de relembrar online, junto aos amigos da CCQ, um cachorro-quente de meu período no Colégio Militar de Porto Alegre, que era vendido no pátio do Quarteirão da Várzea por um senhor muito parecido com este da foto/postal publicado aqui pelo Prévidi. Inclusive aquele "balde" que a pessoa carrega na foto é de fato um "miniforno", igual ao que lá vi em meus tempos de CM. Será que não é o mesmo vendedor? Pequenos mistérios do passado que nunca terão resposta... :)

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  2. Como diz o ditado: Não queiram saber como são feitas as leis e as salsichas!

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  3. Deliciosa compilação! Parabéns! Vou ao Zaffari buscar as tais salsichas e a muçarela e recomendo ao pessoal do marketing da Rede que fique ligado nos resultados que o canhão do Prévidi vai gerar hoje em termos de vendas de insumos para os "indivíduos pseudo-caninos de alta temperatura". Quanto ao pão, para se fazer o hotdog da mãe da Valdirene em casa, sugiro da Seven Boys.

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  4. Bela sacada. Uma verdadeira reportagem. Morei em Ipanema e os CQ de rua fazem parte da minha memória gastronômica. Que tal dedicares algumas linhas também aos panchos uruguaios (um pãozinho com uma salsicha enorme) e os choripan argentinos (linguiça dentro do pão)?

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    1. Clovis, foi uma falha minha. Sou do tempo do "franfru", que é o pancho da minha infância em Montevideo. Pão com linguiça? Muito comi no litoral de São Paulo. Outro esquecimento.

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  5. Vale um pacotinho de salsichas endler a quem responder como se chamava o cachorro quente ultra apimentado do Zé do Passaporte.

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    1. passaporte pro inferno!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!delicia!!!!

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    2. passaporte pro inferno!!! maravilhoso! melhor do mundo! e era um caminhão velho e não loja como diz o blogueiro! na esquina do mercadinho, ao lado do postinho na Jose Bonifacio

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  6. Prévidi, quase chorei ao ver a foto do vendedor de cachorro-quente com a "lata" ao lado. Ele vendia na saída do Colégio Sévigné, onde eu estudava. E cachorro-quente tem que ser com pão d´água, salsicha, mostarda e molho de tomate. Só isso! E coca-cola, nem guaraná pode.
    Laís

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  7. Prévidi, não seja cruel comigo, mas...

    Como estou vegetariana desde janeiro - e sempre ameeeeeei cachorro quente (com salsicha ou com linguíça) - achei uma forma de substituir a carne: uso um molho de tomate (caprichado na pimenta, que amo!) com grão-de-bico. Enfim, tô ousando sugerir aqui! Mas, claro, a escolha e o gosto são mais do livres, necessários!!!

    No mais, achei demais tua pesquisa! Grande serviço às boas lembranças!

    Abraço

    Adriana

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  8. Previdi
    Morava no edifício Ada 449 ,quase ao lado do Pirajá na Venacio.Além do "PASTOR" do Lulu(proprietário) era bom também um sanduiche aberto de respeito que ele fazia acompanhado de um chopp generoso nas mesas da calçada. Depois caminhar 50 passos e se esbaldar na noite do BOLICHE LAS VEGAS azarando as gurias e jogando boliche ou vendo o movimento

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  9. E o cachorro das Lojas Americanas?

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