AÇORIANEIDADE
João Paulo da Fontoura / escritor diletante do livro "Dai Velas Aos Largos Ventos"
Teremos aqui na cidade a EXPOTAQUARI 2013, com vários eventos e com duração de uma semana. Entre os eventos, terei uma data para palestrar sobre o meu livro " Dai Velas Aos Largos Ventos" e sobre AÇORIANEIDADE. Também palestrarei na 1ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA ,no dia 10 de julho, sobre o mesmo tema.
Como o tema Açorianeidade, mesmo para mim, um apaixonado pela cultura Açoriana, era desconhecido, tive de fazer uma imersão nos livros. Aproveitei e, para fixar bem o conceito, acabei por escrever um texto.
Para os ilhéus açorianos, “açorianeidade” é algo bem claro, bem definido, bem presente. Nasce no ventre de qualquer mulher açoriana; é algo que não se compra, nem se vende; que nasce e morre com o ilhéu. Está intrinsicamente ligado a esse povo que se habituou a ter como irmã a Natureza, a respeitar o tremer da terra sem fugir do seu gemido, que escuta o mar como fonte de sabedoria, que tem como fronteira o mundo, que da lava emergida das entranhas da terra revoltada construiu a geologia da sua vida, que tem a alma dividida entre os Açores e suas comunidades, e, sobretudo, que cultua seus poetas, seus cantares, suas festas e suas tradições.
A principal festa deste povo, sem a menor dúvida, é a Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre sempre no sétimo domingo após a Pascoa. É uma das festas mais importante para os açorianos; é parte integrante da alma destes ilhéus. É um evento tão significativo, que não se restringe a somente às nove parcelas do arquipélago. Espraia-se pelas mais variadas geografias do mundo (Brasil, Uruguai, Canadá, Estados Unidos e outros), onde a diáspora açoriana ocorreu. Aqui no Brasil ela é festejada em vários locais; é mais forte no Maranhão, onde, em 1619, ocorreu a primeira entrada de um grupo de açorianos em nosso solo. Foram 300 os casais que ali se estabeleceram logo após a expulsão dos franceses. Esses açorianos trouxeram consigo essa forte tradição religiosa que continua viva e presente até os dias atuais.
Antes de seguirmos, é importante destacar um personagem singular na prosa e no verso açoriano do século passado, ainda muito presente na mente e no coração do seu povo: Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva.
Foi esse agitador cultural, que, pelas páginas da revista Ínsula – em 1927 – cria e lança o termo “açorianeidade”. Cedo, tem consciência de uma literatura de temática açoriana. Sugere-a em 1923 numa entrevista ao Diário dos Açores. Nascido em 1901, passeia, em termos culturais e criativos, por sua ilha mãe, por Portugal, pela França e também pelo nosso país, onde publica seus trabalhos e leciona em Universidades no Rio, na Bahia e em Recife. O maior nome da cultura açoriana morre em 1978.
Hoje, os líderes açorianos das ilhas (historiadores, políticos, jornalistas) estão muito preocupados com o crescente esvaziamento da prática da “açorianeidade”.
A indignação é tão grande que, pouco tempo atrás, o ex-governador Regional dos Açores, Sr. Carlos César, cometeu um acre discurso proclamando um desafio à reflexão. Eles levam tão a sério estas questões que um jornalista local, a respeito dos desvios e propósitos da festa maior, disse: “Com todo este despudor perante a nossa realidade e a nossa existência, muito em breve os Açores irão estar a comemorar o Espírito Santo com Leitão à Bairrada, Tripas à moda do Porto, Sopa de Cação ou até mesmo uma chanfana.”
(E, meus amigos, pensar que aqui em nosso Brasil, nós festejamos a nossa festa maior, o Natal, sem que ninguém dê a menor bola para o sentido espiritual da data. Pra nós, uma imensa maioria, natal é presentes e um jantar diferente, só!)
O termo, pensam estes líderes, não pode ser somente um conceito vazio, desconectado das práticas históricas. Tem que ser algo prático que tenha conexão permanente com as populações das ilhas e com as comunidades alhures.
Mas, saindo das ilhas e vindo para a nossa realidade aqui de Taquari, que fizemos nós em termos de “açorianeidade”? Tirante o nosso belo e já tradicional Natal Açoriano, quase nada, afirmo eu. Há alguns espasmos em termos de eventuais apresentações de grupos de danças ou semelhantes. Também temos um jornal, uma rádio e um grupo de Motoqueiros que usam “Açoriano” como titulação. Convenhamos, é pouco. Creio, romanticamente (não tenho a caneta, nem dinheiro), que mais coisas possam ser feitas. Pelo que entendo por tudo que li, há espaço e boa-vontade para intercâmbios culturais e artísticos por parte do governo Regional dos Açores. É obvio que eles, como nós, não tem orçamento para gastos exagerados; mas, penso, estas coisas não são tão dispendiosas.
Finalizando, coisas que podemos fazer para incrementar nossa “Açorianeidade” e que não são caras:
- criação de grupo de danças açorianas, permanente;
- Criação de um instituto cultural Açoriano;
- A elevação da Festa do Divino Espirito Santo como uma festa municipal, seguindo o exemplo de São Luís do Maranhão, onde há desfiles, bandeiras, etc.
- Intercambio cultural entre Açores / Taquari.
Já faz algum tempo cheguei a trocar alguns e-mails com este filho de Taquari. Tenho por ele grande respeito. Infelizmente aqui no litoral terra colonizada por ilhéus vindos dos Açores a maldita rede bunda suja incutiu nas cabeças desses burros que eles são “gaúchos” e por isto adotaram a cultura castelhana de fronteia que de fato nada tem a ver com os que trouxeram a civilização a este imenso e magnífico litoral.
ResponderExcluirA situação é de doer, pois quando fazem os tais rodeios esses fazendeiros de mentira vestem tal fantasia, atravessam uma faca às costas e na altura da bunda, levantam a cabeça e ingerem um copo da mais pura cachaça e neles baixa um espírito resultante da cruza de um índio com castelhano e então ficam mais machos que os demais, falam grosso e assim incorporados ficam até o final da festança. Terminada a mesma despem a fantasia e voltam então a ser os mesmos de quando se fantasiaram.
O tal MTG é hoje, gostem ou não, uma igreja já que a Constituição de 88 não admite a existência de seitas. Fatura sobre tudo o que é vendido e ainda limita até mesmo quais músicas lhe são convenientes.
Por isto desprezo a rede bunda suja que nada acresce a este pobre estado que não enraizar ainda mais essa idiotice de que somos melhores que os demais brasileiros. Isto não só explica como justifica por que o resto do nosso país quer distancia deste estado.
Quando decidimos residir no litoral devido ao clima ameno, isto em 2000 em duas destas festas “gauchas” foram mortos na ponta da faca dois na festança em Imbé e outros dois em Capão da Canoa.
Gabam-se eles de que no ambiente “gaucho” não circulam drogas o que vale dizer que para eles cachaça e leite são a mesma coisa.