O prefeito tá certo.
Mas tem sempre um mas
O nosso prefeito de Porto Alegre, José Alberto Fortunati, está fazendo a coisa certa. Perfeito.
Já que a cidade vai ser uma das sedes da Copa do Mundo, nada como não aproveitar a chance de fazer ainda mais - obras viárias, saneamento básico, cais Mauá, ampliação do aeroporto e de hospitais, metrô entre outras de menor porte. Ainda não li nada sobre a melhoria de pontos turísticos, como tornar civilizados o Belvedere de Santa Teresa e a tal da "orla do Guaíba".
Tudo tem o seu tempo.
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Fico pensando no sorteio das chaves da Copa. Imagine se Porto Alegre é "contenplada" com quatro seleções de segunda ou terceira linha. Imagine, assim, sem critério: Moçambique, Sérvia, Equador e El Salvador. Já imaginou o azar? Lógico que a infraestrutura tem que ser perfeita, mas duvido muito que turistas invadam a capital gaúcha. Quatro países desse quilate, sei lá, mas não vem quase ninguém, a não ser os aspones da própria Fifa e CBF. Alguns jornalistas, tal e coisa, mas nada excepcional.
Aí leio sempre que estão sendo planejados e construídos hotéis e mais hotéis para Porto Alegre e região.
Hoje, a taxa de ocupação da rede hoteleira mensal fica em torno de 50 por cento. Com variações, é claro, mas esta é a média.
Aí o que vão fazer com estes novo hotéis?
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Ontem recebi uma matéria da France Presse.
Dá uma olhada:
Por falta de hóspedes, os hotéis sul-africanos estão tendo problemas para enfrentar a temporada de inverno, um ano após a Copa do Mundo sediada pelo país. Muitos estabelecimentos fizeram importantes investimentos para o evento na época.
A taxa de ocupação (TBI) informada pelo Conselho da Indústria Turística da África do Sul (TBCSA, na sigla em inglês), estava em 74,5% no segundo trimestre do ano. A previsão era de 94%.
"O último índice TBI confirma o que observamos no dia a dia", lamenta Mmatsatsi Marobe, diretora-geral do conselho do setor.
Enquanto muitos hotéis baixaram os preços para tentar contornar a situação - especialmente na Cidade do Cabo, capital turística que está vazia neste inverno - um dos grandes hotéis de Johannesburgo recentemente anunciou que fechará as portas no final de agosto.
"O hotel sofreu uma drástica redução no número de turistas, tanto estrangeiros quanto locais. A queda foi ainda maior em relação aos visitantes a negócios", revela o grupo Hyprop, proprietário do Grace Hotel.
Entre as causas, ele destaca principalmente "as pressões contínuas da recessão mundial, que afeta negativamente a indústria do turismo sul-africano".
"Pensávamos que, após o Mundial [que aconteceu de junho a julho de 2010] teríamos um aumento no número de turistas. Mas as dificuldades econômicas continuam, não temos tantos turistas como esperávamos", explica Marobe.
"Os estrangeiros não visitam o país e os empresários locais tomam o último avião ao invés de passar a noite em um hotel", analisou Marobe, destacando que os estabelecimentos mais modestos também são vítimas da tendência.
MAIS OFERTA
Marobe afirma ainda que a a situação se agravou porque, para o Mundial, foi ampliada a oferta hoteleira no país, aumentando a concorrência.
De acordo com um estudo de uma empresa especializado, a capacidade hoteleira aumentou em 17,4% entre 2007 e 2010 na África do Sul, com 28,5% para os de cinco estrelas e 19,7% para os de quatro.
Os hotéis também tiveram que enfrentar nos últimos meses um aumento nos gastos devido aos salários de seus funcionários, na eletricidade e nos impostos municipais.
A previsão não aponta números para 2011, mas as perspectivas do turismo, que representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, não são muito positivas, ainda que o ministro da área, Marthinus Van Schalwyk, se mostre otimista.
"Temos como objetivo aumentar o número de visitantes estrangeiros. Em 2009 foram 7 milhões e esperamos que em 2020 chegue a 15 milhões", afirmou Van Schalwyk, em uma recente coletiva de imprensa na Cidade do Cabo.
Ele espera ainda que, até o final deste ano, cerca de 18 milhões de sul-africanos escolham viajar pelo país. Em 2009 este número foi de 14,6 milhões.
O governo também espera que o setor de turismo arrecade 499 bilhões de rands por ano (R$ 113 bilhões) para a economia do país. Caso este valor seja alcançado, ele irá gerar 225 mil empregos no setor.
Van Schalwyk pretende sobretudo fortalecer o turismo de negócios, um setor que, em sua opinião, é muito importante para combater os problemas da sazonalidade, que geralmente marca o turismo de lazer no país.
Outras alternativas apontam para a diversificação, a promoção do turismo desportivo, ecológico e gastronômico: a Cidade do Cabo, por exemplo, tem previsto para setembro de 2012 seu primeiro salão dedicado ao turismo do vinho.
Esta histeria em torno da Copa me lembra aquele belíssimo filme uruguaio "O Banheiro do Papa". A população da cidade de Melo se mobilizou para tirar o máximo proveito da passagem do Papa pela cidade. Gastou o que tinha e o que não tinha (principalmente a segunda opção) na expectativa dos milhares de turistas que viriam. Bom, não vou contar o final. Vejam o filme, vale a pena.
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