O primeiro dever de um pai é não subornar seus filhos
Ruy Gessinger
Mas bah, hein? Que título forte.
Na casa onde nasci não havia quase esse "fetiche" de presentes.
Os beijos não eram protocolares ou burocráticos, o que valorizava um aperto de mão ante uma nota escolar boa. As "datas" resumiam-se praticamente ao Natal e à Páscoa. Nesta, meus pais mesmos faziam os ovinhos artesanalmente; no Natal a gente ganhava roupas ou coisas de utilidade; nossos brinquedos duravam uma vida.
Filho cumpria, desde cedo, trabalhos domésticos ou então na horta, ou ajudava nos negócios.
Bendigo meu pai que nunca me "floxou" dinheiro.
Peço desculpas aos meus se nunca lhes dei mais do que o necessário.
Bendigo meu pai, que nunca me deu viagens.
Peço desculpas aos meus, se o máximo que fiz foi amontoá-los dentro do carro para irmos à praia.
Bendigo meu pai porque não foi junto comigo fazer o vestibular.
Peço desculpa aos meus se interferi quando achei que iam fazer um curso sem futuro.
Bendigo meu pai por ter me censurado acremente por ter feito a graxa em meus sapatos na praça em Santa Cruz, dizendo-me: kannst du dass nicht zu Hause machen? (não podes fazer isso em casa?).
Peço desculpas por ter feito meus filhos do primeiro casamento um usar as roupas do outro, até se terminarem.
No dia dos pais, meus votos de que vocês, meu filhos, também sigam dizendo um sonoro não aos seus próprios filhos, quando tal for para o bem.
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