1961 - UM ANO PARA JAMAIS ESQUECER
PAULO TIMM
O ano de 1961 foi, certamente, um dos mais importantes do século XX. Ali começava a turbulenta década que mudaria o mundo e ali começava a agonizar o breve século . Passada a tempestade, John Lennon proclamaria, em 1971 : “O sonho acabou!”. Mas quando espoucaram os champanhes no Reveillon que abriu o ano ninguém advertia para a profundidade dos acontecimentos que iriam se suceder naquele ano.
Ele ainda estava inserido num mundo que tinha a pele branca, pernas femininas bem torneadas e olhos incrivelmente azuis..., muito embora no tabernáculo desta iconografia os negros ainda fossem discriminados até que um certo pastor chamado Martin Luther King os convocasse para o sonho dos direitos iguais. Havia, por certo, a tensão internacional da Guerra Fria e os primeiros sinais apontados pela explosão das bombas nucleares sobre o Japão de que a humanidade enveredara por um sinistro e irreversível caminho de auto-destruição.
Mas ainda se vivia mais sob os impactos positivos do fim da II Guerra Mundial, com a vitória sobre o nazi-fascismo e uma retumbante retomada do crescimento industrial com sua parafernália de utensílios domésticos e elegantes automóveis rabo-de-peixe, universalmente disseminados pelo american way of life preconizado nas películas hollywoodianas, do que pela sombra dos caracóis... A posse do Presidente John Fitzgerald Kennedy nos Estados Unidos a 20 de janeiro era o símbolo de promessas de continuidade de uma Era de Paz e Prosperidade.
E a escolha do Oscar daquele ano para Se Meu apartamento falasse, de Billy Wilder, uma contagiante comédia com Shirley McLaine, comprova o ingênuo despertar da década. Uma tímida banda, desconhecida, The Beatles, no dia 9 de fevereiro, fez seu primeiro show no Cavern Club, o clube de rock em Liverpool, para onde se refugiava este estilo de música frenética da juventude rebelde, tão retumbante no final da década anterior mas já em retirada nos Estados Unidos.
A convocação de Elvis Presley para o exército, em 1958, deixara uma lacuna sobre a qual voltavam a brilhar as big-bands e os grandes cantores como Sinatra.
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Um filósofo, porém, Arthur Kostler, já falava em contagem regressiva rumo ao holocausto e seria um dos precursores do estado de espírito francamente pessimista que acabou empolgando o fim do século 20. No Rio Grande do Sul, só o Pilla Vares sabia da existência dele àquelas alturas... Um poeta romântico – Vinicius de Moraes – cantava “ Rosa de Hiroshima “, mas sem qualquer evocação niilista Eles eram pontuais. O otimismo do início do século era a constante. Mas sob as águas aparentemente calmas fervilhavam tensões.
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No Brasil, havíamos saído dos Anos Dourados, de JK, nos quais o país respirou como nunca dantes os ares da liberdade, do desenvolvimento e da esperança encarnada na construção em três anos e meio da Nova Capital, meta-síntese do Plano de Metas e símbolo da posse do território nacional com o engenho e arte de uma geração moderna e empreendedora. As artes reverberavam esse clima de euforia através da explosão do cinema novo, da bossa-nova, do teatro,mas a consagração da Noite do Meu Bem, de Dolores Durán (http://www.youtube.com/watch?v=LgLrS_DNMwk), naquele ano, como evidenciava o predomínio da canção nostálgica na nossa cultura.
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A polarização dos dois grandes blocos – ocidental e soviético – já vinha insinuando-se, porém, por toda a parte. A descolonização realinhava alianças, abria espaços novos para a emergência de ideais nacionalistas em várias partes do mundo, particularmente no Egito, com Gabal A. Nasser, no Irá, com Mussadegh, e em vários países da América Latina como Colombia, Guatemala, Argentina e Brasil, levando aos primeiros atritos com os interesses hegemônicos americanos. Getúlio Vargas sucumbira no Brasil à sanha dos interesses internacional em 1954.
Mas a mesma crise, apenas postergada pelo Governo JK, Iria eclodir com veemência ao longo daquele ano reverberando no Brasil, com epicentro no Rio Grande do Sul.
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No dia 13 de agosto, o Governo alemão oriental iniciou a construção, com grande choque do resto do mundo, do Muro de Berlim, como uma metáfora letal da divisão dos dois grandes blocos. Em 15 de Fevereiro haviam criadas as Forças Armadas de Libertação do Vietname do Sul, que sustentarão a expansão do Vietname comunista a todo o território daquele país levando à escalada pelo controla daquela posição estratégica do mundo.
A Africa dava curso à sua descolonização sob a égide de dois princípios consagrados pela ONU : (1) o direito à auto-determinação e (2) preservação do desenho geográfico colonial, mas deixava um rastro de sangue neste processo.
As potências coloniais resistiam. Em 24 de Agosto - Guerra Colonial na serra de Canda (Angola), tem início uma operação conjunta, com aviação, pára-quedistas e forças terrestres com vistas a sufocar uma das guerras que se tornaria extremamente brutal ao longo do século XX. No mundo árabe a França ainda resiste à independência da Argélia, que só se consumará em 1962 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Arg%C3%A9lia). Fruto destas tensões Patrice Lumumba, líder da independencia do Zaire é assassinado a 17 de janeiro e Dag Hammarskjöld, Secretário Geral da ONU em 18 de setembro.
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A China, entretanto, permanecia impávida, misteriosa e silente. Só no final da década entraria em cena com sua Revolução Cultural.
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O ano de 1961 dá a grande arrancada para a corrida espacial, cujos desdobramentos tecnológicos culminariam para uma nova revolução industrial rumo `a sociedade do conhecimento e da globalização.
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Gagarin sobrevoa a Terra , no mês de abril, por primeira vez afirmando que ela é azul e vira capa da Revista Time. Alguns meses depois, a 6 de agosto de 1961, o segundo cosmonauta soviético, Gherman Titov, vai ao espaço no dia 6 de agosto de 1961, fazendo seu voo orbital com 17 voltas em torno da Terra, durante 25 horas e 18minutos, a bordo da nave Vostok 2. Tudo sob o domínio do grande perigo vermelho: o comunismo soviético.
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Isto provocou a imediata reação do Presidente J.F. Kenedy, empossado naquele ano, como uma promessa de retomada dos valores fundamentais americanos.Em discurso famoso na Casa Branca ele reage prometendo levar e trazer um homem à lua naquela década, dando um grande impulso à corrida espacial com o Projeto Apollo... Era a forma da Guerra Fria: Preparar-se para o confronto aeroespacial , “arrumando” o quintal das respectivas casas para o que se pensava inevitável. \
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E enquanto os russos reforçavam o controle sobre o Pacto de Varsóvia e levantavam o Muro de Berlim, os americanos olhavam com preocupação a escalada revolucionária comandada por Fidel Castro, em Cuba, vitoriosa em 01 de janeiro de 1960. Haviam já rompido as relações com Cuba no início do ano e , então,afiam as garras para tentar eliminar este jovem líder através de uma desastrada invasão `a ilha no dia 17 de Abril - Invasão à Baía dos Porcos .
Não deu certo.
Mas continuarão vigiando com olhos de falcão os desdobramentos políticos naquele país até descobrirem as instalações nucleares soviética lá apontadas para Washington, o que conduziria, um ano depois, à Crise dos Mísseis (1962). E estenderão seus longos braços sobre todo o continente para se certificar que estava tudo em ordem e sob controle.
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O Brasil começara bem o ano, com a posse de Jânio Quadros, candidato de grande carisma, eleito pelas forças conservadoras contra o General Henrique Teixeira Lott, um abnegado legalista, sem muito apelo popular apoiado pelo PTB e PSD, uma espécie de PT/PMDB dos dias atuais. O Vice-Presidente, porém, era votado independentemente do cabeça de chapa e resultou no paradoxo de pousar a preferência em João Goulart, do PTB, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, pouco antes de seu suicídio, enquanto Jânio era da UDN .
Mas Jânio surpreendia a cada dia seus próprios aliados, chegando mesmo a condecorar, em Brasília, o líder Che Guevara, além de um conjunto de outras medidas extravagantes como a preocupação com as rinhas de galo ou as vestes femininas. Em pouco tempo estava sem apoio no Congresso Nacional. E, denunciando forças ocultas jamais reveladas, renuncia peremptoriamente no dia 25 de agosto de 1961. A Lei mandava o Vice João Goulart, então em viagem à China assumir.
As tensões internas explodem e os militares pró-americanos tentam evitar a posse de Jango sob o pretexto de que este poderia aprofundar e até aliar-se ao bloco comunista. No vácuo de poder em Brasília, instala-se o golpismo.
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Leonel Brizola, jovem e progressista Governador do Rio Grande do Sul, do mesmo Partido de Jango – o PTB – percebe a manobra conservadora e se insurge em defesa da Lei. Em pouco tempo certifica-se de alianças no Estado e proclama, do Piratini, o Movimento em Defesa de Legalidade, um dos mais importantes momentos da história política do Brasil.
Não vou me estender sobre as características e projeções da “Legalidade”. Mas vou contar um pequeno episódio que ocorreu comigo, naqueles dias, para transmitir um pouco do sentimento que ela provocou na sociedade.
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Tinha eu na época 16 anos e estava na Escola Preparatória de Cadetes, hoje Colégio Militar, na Redenção. Era já um portoalegrino assimilado, pois chegara em Porto Alegre em 1955 e passara pelo Ginásio no Colégio Julio de Castilhos, uma verdadeira escola de quadros republicanos com grande efervescência política. Muito precoce freqüentava, desenvoltura, todos os recantos tanto da boa como sutil sociedade local, descendo do Alto de Bronze para os baixios cercanos ao porto, ao cadeião do gasômetro e da Pantaleão Teles com a mesma desenvoltura como entrava nas rasas águas do Guaíba ao fundo das Ruas Riachuela e Duque.
Curioso e atrevido, até para a época, viajava de carona nos trens “noturnos”para Santa Maria e amanhecia na casa da minha avó para tomar café. Ia e volta toda hora...Lá estava, aliás, quando soube de minha aprovação na Escola de Cadetes e apressei-me, no início de 60 para vir de volta de uma destas férias, junto com Santini, Pavani, José Carlos Codevilla Pinheiro e Bolhovar para trilhar a carreira das armas.
Em 1961 sentia-me senhor de mim e do meu mundo, que ia do Alto da Bronze até o Rio da Prata, ali do outro lado da fronteira. Daí sentir-me, até hoje, gaúcho pelo amor ao pampa sem cercas, pela aventura sem nenhum medo e pelo travo amargo do chimarrão arranhando a madrugada...
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Pegou-me a Legalidade ali no casarão militar, já veterano.
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Pouco depois da cerimônia do Juramento à Bandeira, no dia 25 de agosto de 1961, havia recebido o pequeno soldo a que fazíamos jus, além de tudo o que já tínhamos de graça: elevado nível educacional, alojamento, disciplina, noções básicas de civilidade e patriotismo e me preparava, juntos com Rosés, para uma jornada de bailes e grossas farras na cidade. Minha função, então, era de assessor de assuntos sociais, encarregado de conseguir convites que fôssemos pares em aniversários de 15 anos por toda a cidade ou em algum baile de debutante.
Lá íamos nós, em alvo traje de gala militar, com botões dourados, sonhar o sonho da juventude Fazia frio naquele dia, mas me lembro que havia sol. A noite prometia. Mas logo começou um corre-corre e se soube da renúncia inesperada de Janio Quadros. Fim dos grandes planos para a noitada. Todo mundo de prontidão. Éramos militares. Mas por todos os cantos viam-se oficiais tensos, enquanto nós, até então mergulhados em devaneios, procurávamos nos inteirar de tudo o que acontecia.
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O universo militar em 1961 refletia o mundo do pós-guerra. Embora os oficiais da tropa, que comandavam as Companhias – havia três na EPPA , cada uma com cerca de 120 cadetes - , fossem severamente anti-comunistas e pródigos em suas preleções, como o famoso Capitão “Brocoió”.
Outros, porém, como o Capitão Púglia, quem revi em Brasilia muitas vezes, décadas mais tarde, onde veio a falecer, eram mais abertos e procuravam dar mais lições de patriotismo do que de ideologia. Já os oficiais professores, mais intelectualizados e articulados com a vida civil, eram muito divididos em suas preferências políticas, mas não era raro ouvir palavras de simpatia ao nacionalismo.
Sob tais influências, nós, cadetes, nos dividíamos. A grande parte era conservadora, como sói nas casernas de qualquer parte do mundo, mas já apareciam vozes dissonantes. Eu, honestamente, preferia as festas...
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Então, numa daquelas noites, começaram a chegar oficiais de outras guarnições presos e confinados a algumas das salas de aula e pela manhã os sacos de areia começaram a ser empilhados `a entrada principal do casarão. A guarda foi reforçada, as preleções eievavam o tom e éramos informados de que o país estava à beira da guerra civil, com o Governador Brizola comandando uma rebelião contra a vontade do Alto Comando Militar que não desejava a posse de Jango na vaga deixado por Jânio.
Nós, da Escola de Cadetes, como estabelecimento de Ensino Militar , éramos subordinados diretamente ao Rio de Janeiro, e aguardávamos instruções sobre qual seria a posição do III Exército, no tocante ao Movimento da Legalidade, e sobre a Direção de Ensino Militar, no Rio. Veio, primeiro, a informação de que o III Exército apoiara Brizola.
Depois, um ou dois dias, quando ficamos extremamente vulneráveis do ponto de vista militar, visto dispormos de um ínfimo poder de fogo sob ação de meninos com experiência militar, veio o pronunciamento do Comandante Cel. João de Deus: “A Escola Preparatória de Porto Alegre, um dos centros mais tradicionais de formação militar do Brasil, passa a subordinar-se ao III Exército, está pela posse legal do Presidente Goulart, na forma da Constituição , sob o comando do Governador Leonel Brizola e passamos a nos constituir em soldados da Legalidade”.
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A partir daí a Escola movimentou-se mais ainda. Jeeps carregados de oficiais presos por não aderirem à Legalidade, chegavam a cada momento e nós mergulhávamos na defesa de pontos importantes do estabelecimento e cercanias. A mim coube a guarda de um canhão anti-aéreo que se postara junto ao monumento do Expedicionário, na Redenção, precisamente para proteger a EPPA em caso de ataque aéreo. A prontidão era severa e ninguém podia sair, sob qualquer pretexto. Um clima de guerra reinava por todos os lados.
Assim permanecemos, tensos vários dias, passando dia e noite dormindo em “uniformes de instrução” e bursiguins postos, prontos para qualquer emergência. Nesse ambiente, claro, as conversas entre nós, se aprofundavam e procurávamos entender o que era tudo aquilo: nacionalismo, legalismo, democracia, comunismo, socialismo, um conjunto de palavras que até então tinham um significado muito distante, quase inacessível, para todos nós, muito jovens.
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Um belo dia, sentiu-se que o clima de tensão começou a diminuir. Não sabíamos exatamente o porquê, mas sentia-se no ar um certo relaxamento da prontidão. Tanto melhor, pensava eu. Vou voltar às minhas festas no Moinhos de Vento, onde a comida era boa e a cuba-libre, esta bem conhecida, farta...Mas continuávamos de prontidão. Até que veio nova ordem: “Aqueles que tiverem casa em Porto Alegre, têm três horas para ir e voltar. CORRENDO...!!!! Mas sem trocar de farda. Saiam com uniforme de instrução”. Era meu caso, morava ali perto, na José do Patrocínio, perto da Borges, um pulo.
– Mas com uniforme de instrução? Pensava eu. Estamos mesmo em guerra, pois isso nunca acontecera antes. Essa era uma roupa de serviço, que , para o militar, é a guerra... Mas, inteirei-me bem da ordem, já havia saído da guarda do canhão e entregado o fuzil e me pus a caminho de casa, sem pensar muito na vida, a não ser que comeria, algumas guloseimas domésticas da Dona Amélia, veria a vizinha de cabelos negros e olhos verdes da esquina, veria o Pelé, engraxate na Praça Daltro Filho, passaria defronte o Cine Marabá pra ver o que estava passando, daria um ou outro telefonema para o Jorge Marino, da Duque, amigo fraterno, que me transmitia as dicas das festas e voltaria para o quartel.
Contornei o quarteirão, compassadamente, com aquelas botinas me encorpando o passo, o cinturão cheio de porta-trecos, onde se metiam as balas e se penduravam outros artefatos de guerra, capacete maiúsculo dançando sobre a cabeça raspada e miúda , corpo franzino com 44 kg distribuídos em insignificante 1:60 m de altura – eu, com Roberto Leivas, de Pelotas, éramos o cerra-fila nas formações, um disputando com o outro o troféu de mais baixo, e fui até a parada do bonde da Venâncio Aires, por onde passava o bonde GASÔMETRO que me levaria até em casa.
Cheguei ali, despreocupado de tudo, junto com outras pessoas que também aguardavam o bonde e que me olhavam atentamente, mas não reparei muito. Em pouco tempo, lá vem o bonde, sacolejando e emitindo aqueles ruídos infernais do ferro contra ferro dos trilhos com as rodas. Aprontei-me um pouco, sempre desajeitado naquele uniforme e naquele imenso capacete - Por que não fazem capacetes numerados, como os chapéus ? dizia-me a contragosto. Chegou o bonde, subiram todos, eu por último, educadamente. Ele estava cheio mas não apinhado. Subi os degraus, calmamente e quando aportei à cabine todos me olharam de cima abaixo. E não tiravam os olhos.
Senti-me ligeiramente ridículo. “Que passa”, pensei rápido. De uma hora para outra, porém, fui percebendo que me olhavam, olhavam, olhavam... e começavam a bater palmas. Batiam freneticamente. Batiam tão completamente e me olhavam tão espantados e encantados que eu fui tomado por um sentimento súbito de orgulho de mim mesmo. Agradeci com suavidade, sorri um pouco, ganhei mais olhares ainda de simpatia e aquela coisa já tinha acontecido.
Era o povo aplaudindo um menino de 16 anos, em uniforme de guerra, soldado da Legalidade, pronto para morrer por uma boa causa. Fiz-me cidadão naquele momento. Entendi tudo o que jamais tinha entendido direito. Não abandonaria as festas de uma hora para outra. Era muito jovem. Tinha um mundão pela frente. Mas chamaria Brizola de “Comandante”até o final de sua vida, em 2004, vindo a recebê-lo em Paris quando saiu do Uruguai, em 1978 e a firmar com a ele em 1979, em Lisboa, a histórica Carta de Lisboa. Não me arrependo.
Como dizia Gilberto Amado: Dura um segundo uma ilusão e dura a vida inteira uma saudade.
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