Cinema / Wilson Rosa - 1º de agosto

 Faltou ousadia do diretor
Filme brasileiro tem que ter sexo, porrada e palavrão.
“Assalto ao Banco Central” não foge disso, mas dá para dar boas gargalhadas com a atuação do Lima Duarte e do Tonico Pereira, da Grande Família. O diretor Marcos Paulo conta a história do maior assalto a banco no Brasil (e o segundo no mundo), em agosto de 2005, em Fortaleza (CE).
Uma quadrilha cavou um túnel durante três meses e roubou 164 milhões em notas velhas de 50 reais. O líder do grupo é um tal de “Barão”, interpretado por Milhem Cortaz, ator talhado para fazer papel de bandido (ele era o coronel corrupto de Tropa de Elite).
Tonico Pereira é o engenheiro civil comunista que planeja o túnel. Lima Duarte faz o delegado da Policia Federal que investiga a quadrilha e que acaba afastado do caso. E ainda tem os atores globais com papéis burocráticos (Eriberto Leão,Giulia Gam) .
O filme não conta uma história linear. Cenas da preparação do assalto são misturadas com o que aconteceu depois, o que tira um pouco da ação e do suspense.
Faltou ousadia ao diretor, que não aprofunda a origem de toda a armação do roubo (PCC estaria envolvido, policiais também, etc). Os bandidos ainda usaram uma tática para despistar a polícia na época, ao colocar dinheiro dentro de veículos que foram enviados para São Paulo numa cegonheira.
Isso é coisa de gente preparada.
Do total roubado em agosto de 2005, só 20 milhões foram recuperados.
Marcos Paulo deveria seguir o exemplo de José Padilha, que não teve medo de mostrar em Tropa de Elite a culpa da sociedade na questão das drogas, a corrupção ndentro da polícia e os interesses políticos acima do bem estar social.

Assalto ao Banco Central, de Marcos Paulo – ação – 104 minutos – 12 anos

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