Cinema / Wilson Rosa - 3 novembro

O PALHAÇO – SIMPLES, MAS COM ALMA

Selton Mello está de parabéns na direção do filme “O Palhaço”. Uma produção simples, mas com emoção e com uma bela mensagem.  É mais uma boa produção nacional neste ano, que conta a história de uma trupe do circo itinerante Esperança, comandado pela dupla de palhaços Puro Sangue (Paulo José) e seu filho Pangaré (Selton Mello).
Além de  uma bela fotografia, ainda resgata artistas como Moacir Franco (numa das cenas mais engraçadas vivendo um delegado), Jorge Loredo (o Zé Bonitinho) , Tonico Ferreira e Ferrugem, ele mesmo, o ruivinho dos anos 70.
O palhaço protagonizado pelo diretor vive uma crise existencial e procura alguém que o faça rir. Com um roteiro básico, simples, sem firulas, o Palhaço nos revela o ambiente alegre e ao mesmo tempo melancólico dos circos mambembes, que levam alegria aos pequenos vilarejos e cidades perdidas pelo tempo. Como se fossem uma família, os artistas ganham pouco, sofrem, mas se unem para dar alegria ao povo. Uma risada sempre motiva o anão, o magrão desajeitado, o fortão que chora e os músicos que improvisam instrumentos. Tem também os “russos”, que nasceram em Alagoas.  Em uma intervenção no picadeiro, Paulo José cita a cidade de Lavras do Sul. Será a terra natal dele? Os mais velhos também  vão gostar da trilha sonora, que tem clássicos, como aquela do Altemar Dutra: “se tudo passa, tudo passará”.
O Palhaço também tem belas morenas e a menina Larissa Manoela, que representa a nova geração do circo. Um bom espetáculo.

O PALHAÇO, de Selton Mello, comédia, 90 minutos, censura: 10 anos

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