Terça, 22 novembro 2011 - parte 3

O velório de Paulo Sant’Ana

Por Adriano Mazzarino
mazzarino@pannet.com.br



Sant’Ana ia ser velado no Estádio Olímpico.
O governador Tarso Genro decretou luto.


O sol se atira pelo Guaíba.
E o que era para ser noite calma, vai se transformando em turbilhão. A repercussão da notícia da morte do jornalista Paulo Sant’Ana vai tomando forma. Em cada semblante uma reflexão; em cada alma uma lágrima.
O coração de Sant’Ana falhou enquanto circulava pela redação de Zero Hora. Morria ali um valente. O talentoso Paulo Sant’Ana deixava o palco. O fato repercutiu. De tanto dizer/escrever que ia morrer construiu a aparente imortalidade.
Da favela ao palácio, do iletrado ao intelectual, do mendigo ao doutor ele fez as pessoas  rirem, amarem, chorarem, refletirem e mudarem.
A presidenta Dilma Housseff, entrou ao vivo na Rádio Gaúcha. Do Japão, o cantor Julio Iglesias  cantou, lembrando do show do Beira Rio. Alcione, emocionada falou das vezes que esteve no  programa Sala de Redação. Renato Portaluppi estava no aeroporto, em direção a Porto Alegre, com a camisa do Grêmio.
Sant’Ana ia ser velado no Estádio Olímpico. O governador Tarso Genro, decretou luto de três  dias e ofereceu o Palácio Piratini, que a família aceitou.
Enquanto resgato tal comoção coletiva, caminho pelo Salão Negrinho do Pastoreio. As autoridades e a massa vão se acotovelando. Da janela, observo a Praça da Matriz lotada de populares. O presidente da RBS, Nelson Sirotsky, fala em nome dos colegas. E reflete o exemplo que fica, onde o talento é o elo fundamental do mundo das comunicações.
No outro lado do caixão está o governador Tarso Genro preparando-se para falar, por último. Eis que chega o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. O microfone fica a sua disposição. Sensível, Fortunati sabe que deve ser breve e lasca: “Acabo de determinar o cercamento do Parque da Redenção, em homenagem ao Paulo Sant’Ana. Vamos inaugurá-lo na abertura da Copa do Mundo.” O fato provoca espanto em todos.
Do caixão salta o “saudoso” Paulo Sant’Ana que foi despertado com o impacto da notícia e lasca: “Agora posso morrer em paz! Me dá um cigarro para comemorar!” A multidão quase incrédula vai à loucura.
Ao meu lado, alguém me puxa o braço. Era o diretor de Redação de Zero Hora, Ricardo Stefanelli, me despertando do sono. Eu havia cochilado.
Em visita à redação de ZH, fui conhecer a famosa poltrona de descanso do cronista. Sentei, dormi e sonhei com a morte do cronista que está cada vez mais vivo. Stefanelli, severo e calmo, me alertou: “ver é permitido, sentar é para alguns e descansar aqui é apenas para o gênio.”
Agora entendi como devem se sentir Moisés Mendes, David Coimbra, Cláudio Brito e outros
interinos.
Escrever é permitido, mas navegar no universo do cronista são necessários 40 anos de sacerdócio e um infinito talento. Os persistentes, Paulo e Pablo que o digam.
Longa vida Sant’Ana, os gênios são eternos!

(crônica de ficção em homenagem a Paulo Sant’Ana, pelos seus 40 anos de jornalismo)

8 comentários:

  1. Eu jamais havia lido algo de tão fenomenal mau gosto. Chego ao absurdo de parabenizar o autor pelo baixíssimo valor de suas linhas. Até mesmo para escrever algo tão ruim, é preciso talento. Um péssimo talento, mas um talento.

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  2. Não liga, Mazza. O Glauco detesta o Paulo S.

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  3. Não conheço o Paulo Santanna e, portanto, não tenho o privilégio de detestá-lo. Em termos de vida, no entanto, queira-se ou não, ele é uma Eva Sopher da crônica gaúcha. Sou colorado e, portanto, sou adversário do Santanna apenas quando leio suas toadas tricolores. De resto, prefiro o David Coimbra. Detestar o Santanna? Não, acho que não

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  4. te puxou primo ...... cabeca, cabeca........ gustavo......

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  5. Lamentei ao final, pois pensei fosse verdade. Esse chato de galocha que nunca foi titular de uma Delegacia de Polícia e só deu certo por foi confundido com o Camelinho. Quando ao voltar de uma Copa do Mundo se derreteu na frente das câmeras, usando um casaco de couro côr de laranja. Depois de muto chorar contou que o seu irmão havia aguardado o seu retorno para então morrer. Era o maninho gente fina, tão fina que o coloquei no Central.

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  6. Entrando no ritmo do "velório" do Santana, leio que Nelson Sirotsky falou em nome dos colegas. Mas havia outros empresários da comunicação nos "atos fúnebres"? Caso contrário, fica valendo a célebre observação de Alberto Dines (ou seria do Mino Carta?): O Brasil é único país do mundo onde jornalista chama o patrão de colega.

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  7. É impressionante como tem gente invejosa da audência e dos leitores de Paulo Sant'Anna, há 40 anos. O dia em que alguns cronistas críticos aqui da província, pseudos donos da verdade, tiverem 1 por cento do IBOPE do jornalista em questão, poderão ter alguma credibilidade na mídia. Por enquanto, aprendam com as aulas diárias de jornalismo.
    Quanto à crônica ¨O Velório de Paulo Sant'Anna, do brilhante Adriano Mazzarino, acho que a grande maioria dos internautas adorou, ao contrário de meia dúzia de invejosos de plantão que detestam, gratuitamente, o maior cronista do Rio Grande do Sul. Enio Seibert...

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  8. O Mazza estava tão nervoso que omitiu aspectos importantes!
    Não disse onde estava o Paulo Oddone e o que estava fazendo embora estivesse no Olímpico...
    Não disse que o Leo Oliveira foi quem trazia as tres bandeiras: do Brasil, Gaúcha e Gremista!
    Além de insuficiente a cronica é de mau gosto pelo tema, que deveria ter sido no maximo APOSENTADORIA.

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