Coluna do Marsiglia - 19 dezembro

Renato Marsiglia
 SANTOS X BARCELONA: COVARDIA
Neymar falou tudo: "hoje aprendemos a jogar futebol". Jogar bola é diferente.
O que se viu foi o coroamento de uma idéia, de uma filosofia implantada há dezenas de anos nas categorias de base e que é aprimorada com a contratação de dois ou três jogadores para completar um grupo que possui um conceito de jogar futebol e acredita no que faz.
Nada acontece por acaso, e o sucesso do Barcelona é fruto se toda esta formação histórica. É a prova de que se pode aliar espírito de competição com técnica apurada.

DEIXAMOS DE SER REFERENCIA - 1

Questionado se o nível econômico do futebol europeu era o diferencial sobre o brasileiro, o treinador do Barcelona, Pepe Guardiola, respondeu que o time do Barcelona “tem custo euro zero”. Resumo: o time é formado em casa. Claro que isto tem um custo, mas infinitamente inferior ao valor das contratações duvidosas feitas pelos cartolas brasileiros para se promoverem junto aos torcedores.

DEIXAMOS DE SER REFERENCIA - 2

Sobre o nível técnico de seu time, Guardiola disparou contundente: “vocês (brasileiros) jogavam assim”. Faz tempo que deixamos de ser referencia no futebol mundial. Respondam: qual o jogador brasileiro que é verdadeiramente um protagonista em times europeus? No máximo temos bons coadjuvantes. Triste verdade: continuamos deitados no berço esplêndido do “penta” de 2002.

MASOQUISMO PURO

Ao final da partida, o discurso dos jogadores dos Santos era o mesmo: diziam que o Barcelona mereceu o título (coisa óbvia), mas que queriam vencer a Libertadores do ano que vem para terem oportunidade de uma revanche contra o time espanhol no final de 2012. Como assim? Enlouqueceram? Sugiro que torçam para que outra equipe vença a Liga dos Campeões da Europa, caso contrário, serão goleados novamente. Aí, fica feio.

A PROPÓSITO...

Fica cada vez mais claro que Neymar tomou a decisão correta de renovar com Santos e ficar por aqui pelo menos até 2014. Quando que ele faria com zagueiros europeus o que ele faz com os nossos? E olhem que a eficiente marcação imposta pelo Barcelona foi leve e suave. E mesmo assim ele não conseguiu jogar. É craque, mas precisa amadurecer muito. Compará-lo com Messi, como queriam alguns, é caso de internação com camisa de força.

2 comentários:

  1. Venceu, acima de tudo, o profissionalismo. O futebol brasileiro é ainda muito amador e comandado por cartolas que não possuem pedigree gerencial. É muita "malandragem" dos craques fabricados pela mídia, e pouca aplicação tática. O Barcelona joga por música, e música, como todos sabem, é matemática. E matemática, como os nossos cartolas deveriam saber, é repetição, à exaustão.

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  2. Futebol é esporte coletivo. Neymar,por melhor que seja,não contou,no jogo contra o Barça,com os seus dez companheiros. Nenhum atacante joga se,no seu time,a turma da meia-cancha esbarra na marcação,ainda mais quando o adversário é o Barcelona.

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