ALÔ PREFEITO!!
POR QUE NÃO "ELETROMÓVEL"??!!
Todos os moradores de Porto Alegre, que gostam da cidade, ficaram felizes com a notícia de que finalmente o aeromóvel vai sair do papel, da Usina do Gasômetro até o Jockey. Legal mesmo, é a tal da revitalização da chamada orla do Guaíba.
Ontem publiquei o extraordinário furo que o diário gratuito Metro deu na concorrência.
Não demorou muito recebi um e-mail do Marko Petek, porto-alegrense que mora na Suiça.
Antes do texto dele, que contesta a proposta do aeromóvel, explico quem é o cara.
Marko Petek é pesquisador em computação no CERN (Centro Europeu de Pesquisas Físicas), um dos 10 melhores laboratórios do mundo, com 10.000 pesquisadores e uma mão cheia de Prêmios Nobel. É também a casa do LHC, o maior acelerador de partículas do mundo (27km de extensão) que está tentando recriar as condições existentes no início do universo.
No próximo dia 13, conta ele, "haverá uma importante divulgação para a imprensa mundial sobre os resultados de nossas pesquisas este ano. Infelizmente estou em período de silêncio obrigatório".
Petek conta: "Também foi aqui a recente divulgação de partículas que acredita-se estejam viajando mais rápidas que a luz, o que é teoricamente impossível. Tudo aqui é gigantesco. São mais de 100 edifícios. Ainda hoje encontrei um novo corredor em um prédio onde trabalho há 3 anos!".
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O texto do Marko Petek:
Alguém já se perguntou porque, tirando Jakarta, o aeromóvel não foi utilizado em nenhum lugar do mundo?
Uma dica: não foi por falta de propaganda ou de apoio. Outra dica: Jakarta não se destaca no ranking mundial da inovação tecnológica.
Vou tentar explicar sem entrar em muitos detalhes técnicos. Que me perdôem os engenheiros e físicos, meus colegas de trabalho.
Um fator muito importante quando se quer mover algo é o percentual de energia que pode ser convertido em movimento. Bem popularmente, são os famosos quilômetros por litro.
Quanto mais quilômetros por litro um carro faz, mais barato o custo da energia por quilômetro (gerada a partir da gasolina).
O melhor motor existente neste aspecto é o motor elétrico. Longe. Disparado. Nem tem comparação.
Já um dos piores conversores de energia em movimento é o compressor de ar.
O "nosso" aeromóvel troca o motor elétrico por compressores de ar! Ok, estes são movidos por motores elétricos, mas o que se faz é desperdiçar uns 70% da capacidade de gerar movimento do motor, apenas por colocar uma hélice na sua ponta.
Muitos anos atrás lembro que um ministro dos transportes não cansava de explicar isto. E ele tinha razão!
Então, ter um monotrilho na orla do Guaíba com vista panorâmica é fantástico. Mas por favor deixem os ventiladores em casa e os substituam por motores elétricos!
O problema é que neste caso a "tecnologia gaúcha" iria água (ou vento) abaixo claro. Mas é melhor isto do que fazer papel de bobos.
Ou então, troquem-se os ventiladores por eqüinos. Poderiamos ter Cavalos Crioulos puxando um vagão, no melhor estilo dos bondes do passado. Uma volta ao século 19 para os nostálgicos. E o nome poderia ser trocado para "aero-mula". E torçamos para eles não terem vertigem e desabarem lá dos trilhos aéreos.
Pois complementando o que meu amigo de infância, Marko, apresenta:
ResponderExcluir1- Soprar vento através de canos para empurrar uma placa de aço a guisa de vela é, no mínimo, de uma estupidez tremenda. Os vazamentos de ar através do encanamento aumentariam o desperdício de energia ainda mais, sem falar da necessidade de reforço no jato de ar a x metros devido a perdas.
2- Colocar motores elétricos tracionando as rodas do vagão diretamente reduz a perda de energia e aumenta a eficiência e controle do veículo.
Para complementar, porque será que os Trens de alta velocidade franceses, japoneses e chineses preferiram usar a técnica do motor elétrico acoplado diretamente nas rodas ao invés da "genial" solução de soprador de ar e vela proposto ao aeromóvel ????
Se motor elétrico fosse tão bom assim, porque ainda temos caminhões a diesel e carros a gasolina? O metrô de Porto Alegre usa motor elétrico, mas divide Canoas por completo, desperdiçando espaço público, criando desvios absurdos e consumindo energia de alta tensão retirada de rios e usinas a carvão. E, que eu saiba, Oskar Coester não é um amador, foi responsável pelo setor de manutenção de aeronaves da VARIG.
ResponderExcluir(Por que esses "gênios" das Ciências Exatas, ao invés de fugirem para a Europa e criticarem de longe, não voltam para o Brasil e ajudam a desenvolver a ciência e indústria nacionais com o que aprenderam de bom em outros lugares, como os japoneses fizeram?
)
Abs. Lauro
será que foi por isso que a varig quebrou???
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