"Estão nos perseguindo!! Somos vítimas!!"
É uma prática antiga. Surrada.
Há muitos anos que até os jogadores de futebol utilizam, principalmente os craques.O mais recente exemplo é o Neymar. Quem assiste a uma partida do Santos conclui que o jogador "coitado, apanha muito, não consegue jogar!!". O Flamengo é pródigo em criar "coitados".
Em todas as áreas existem os coitados, os perseguidos, as vítimas.
O negócio é levado tão a sério, o movimento que se pode chamar de "coitadismo", que passados quase 30 anos do fim do regime militar tem gente que ainda vive - e ganha muito dinheiro - com o papo furado dos "tempos do exílio, das perseguições, do exílio" - o exemplo do Flávio Tavares está aí e apenas comprova o que escrevo.
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Ontem de manhã, um amigo me liga:
- Viu que a RBS parou de dar pau no vereador de Dom Pedro de Alcântara, aquele que eles dizem que buscou na Justiça a censura?
Tentei cortar o papo:
- Bah, isso é coisa deles, alguma estrategia que não entendo.
E o meu amigo contnuou falando e falando sobre as estrategias da RBS, até qie finalizou:
- Eles vão vir com outra conversa mole!!
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Hoje acordei mais tarde, depois das 8.
Dia bonito, pouco frio, radinho em una mão e cigarro na outra.
Comecei a passear pelas rádios de jornalismo. Passei por todas, até que cheguei na Rádio Gaúcha.
Estava falando uma moça, com uma voz de sábia. Definitiva. Notei que era uma luminar. Só podia ser a Carolina Bahia. Genial como sempre, dizia que o povo, que paga impostos, tinha o direito de saber onde os deputados estaduais gastaram o dinheiro das diárias. Genial, não?
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Bingo!!
Meu amigo estava certo!!
O "coitadismo" ia continuar!! Sai o "vereador censurador" e entra "os deputados gastadores".
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Depois de tomar um rápido café fui conferir a Zero Hora.
Está lá:
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Decisão do TJ reabre debate sobre acesso a dados públicos
Opinião pública é impedida de saber o teor de notas fiscais apresentadas por deputados estaduais
-----Decisão do TJ reabre debate sobre acesso a dados públicos
Opinião pública é impedida de saber o teor de notas fiscais apresentadas por deputados estaduais
Nem me dei ao trabalho de ler mais uma "aula de jornalismo investigativo".
Sei de cor e salteado o que está escrito.
Há mais de 20 anos que leio, escuto ou assisto, quase que diariamente, nos veículos da RBS, pau e mais pau nos deputados estaduais, na Assembleia Legislativa. Pode ser casualidade - e deve ser, mesmo - mas a pauleira aumenta sempre quando o Poder diminui a distribuição de verbas publicitárias. Vocês sabem, né? A RBS recebe, historicamente, a maior fatia da verba publicitária dos poderes.
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Tenho vários e queridos amigos na RBS.
E já cansei de dizer a alguns: "Muito legais as tuas matérias sobre a gastança na Assembleia, o valor das diárias, mas quando é que tu vais fazer uma sobre o Ministério Público? Tenho curiosidade de saber quanto é uma diária de um desses magistrados".
A resposta desses meus amigos é sempre a mesma: "Bah, a gente não consegue nenhuma informação deles, de lá não conseguimos nada!!".
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Interessante, não?
Quer dizer, quem se baseia no que lê, ouve ou assiste nos veículos da RBS conclui que só a Assembleia é um foco de mutretas. Não é isso?
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Não, não se engane, não mudei de assunto!
Só escrevi os últimos tópicos porque tudo se jsutifica.
O assunto do "vereador censurador" se esgotou.
E a história do "estão me perseguindo!!" tem que continuar.
"SOU UM PALADINO DA MORAL E DOS BONS COSTUMES!!"
Mais:
"POR ISSO ME PERSEGUEM!! POR ISSO SOU VÍTIMA!!"
O problema das matérias da RBS é que tem que se fazer um enorme esforço para não achar um interesse corporativo das empresas do grupo - mesmo que subliminar - no assunto tratado. Lembro dos velhos tempos de reportagens contra os salários dos deputados, as cotas de gasolina, os gastos com telefonia... Em seguida sempre vinha um interesse econômico.
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